terça-feira, dezembro 15, 2009

Fica.



A lembrança que fica é a de cada detalhe. Impossível esquecer. Do vento frio, das mãos postas uma sobre a outra, da proximidade epidérmica, da necessidade flamejada nos olhos, do relutar quase que implorativo, do olhar que insistia em desviar, da boca que desistiu de resistir e mergulhou, mas no segundo seguinte resolveu resistir à desistência num tom de indiferença que não dá pra entender. Fica a lembrança leve do peso da presença tão doce, que de tão açucarado se condensa em pensamentos melosos, e fica realmente difícil não querer saborear [de novo]. Fica a lembrança incrustada nas mínimas coisas, mas sobretudo no tempo que mora aqui. Fica. Dias mais intensamente, noutros de forma mais branda, independe. Distante, ausente. Mas fica.

3 comentários:

Geórgia Cavalcante Carvalho disse...

O ausente nunca é assim tão ausente. E os dias de ausencia passam como facas a cortar a carne.

Joquebede disse...

...A lembrança que fica é a de cada detalhe...
..Dias mais intensamente, noutros de forma mais branda, independe...
aii Mari.. e o pior é q fica mesmo! IMPOSSIVEL DE ESQUECER! rsrs
nossa amei demais esse post! PERFEITO!
bjooo

*Lu* disse...

Esse é do tipo: Prefiro não comentar! rsrs
Bjus!