domingo, julho 31, 2011

Crazy.


 Não tenho nada contra loucuras.
Eu até as considero necessárias,  
na medida em que saibamos arcar
com as [possíveis]
consequências das mesmas.

sexta-feira, julho 29, 2011

Uma nova manhã.


Daí que, hoje, eu também consigo me sentir
exatamente desse jeitinho...
Por sobre as nuvens...
Acima de tudo e de todos...
De uma janelinha qualquer,
assistindo o sol me apresentar
uma nova manhã...


terça-feira, julho 26, 2011

Apenas mulheres.


(Modelo: Fernanda Young, escritora, atriz e roteirista)

Todas nós somos - sem exceção -complicadas e perfeitinhas. Possuimos mapas e guias, tanto pra se chegar ao nosso coração quanto pra levar-nos pra cama. Se os homens pudessem enxergar nossa alma, se deparariam com um labirinto sinuoso e complexo, que só os mais habilidosos conseguem explorar. Alguns  podem chegar ao nosso coração, mas nem todos conseguem nos levar até os lençóis; nestes, falta habilidade em despertar a química necessária para o encontro dos corpos. Outros podem nos levar pra cama de cara, mas sem alcançar nosso coração. Não entenderam ainda que pra obter êxito basta apenas ser homem - de verdade. Nada mais. Adoramos chocolate, homem e sexo - não necessariamente nessa ordem. Temos olhar clínico pra quase tudo; menos pro cafajeste do apartamento ao lado. Venderíamos nossa alma por uma empregada doméstica, um cabelo que não nos desse trabalho, um dia com trinta e seis horas, uma paleta de maquiagem da Coastal Scents, um arsenal de perfumes e um closet cheinho de sapatos. Somos carentes por natureza. Choramos por tudo, tudo mesmo. E por nada também. Sustentamos paradoxos inimagináveis. Oscilamos entre o desejo de saciar o romantismo cravado na nossa essência e o instinto de fêmea no cio. Somos fascinadas por saltos, embora muitas de nós teimem em descer deles de vez em quando (envergonhando a classe). Entendemos mais de conquista do que muito garanhão por aí. Temos um cérebro fisiologicamente eficiente, mas que se desmancha cego diante de um par de bíceps, uma barriga-tanquinho, um olhar-tira-roupa e um bebê fofinho. Damos mais valor a uma boa-comida com os olhos do que uma mal-comida de cinco minutos. Somos muito mais auditivas do que visuais. Já nascemos mães por excelência e direito (nossas bonecas que o digam). Carregamos uma vida durante 9 meses na barriga e o resto dela, pra sempre, no coração - e aí sim, nos tornamos mães de fato. Sofremos mutação no gene-da-amélia durante o processo de evolução da nossa espécie, mas perdemos todas as nossas vantagens evolutivas quando nos apaixonamos. Sangramos uma vez ao mês, durante 5 dias... e não morremos. Temos um dia internacional só pra gente. Somos o verdadeiro sexo forte. Somos mulheres. Apenas mulheres.

domingo, julho 24, 2011

Sobre os amigos (um pouco atrasada...rs).


Gosto de pensar que meus amigos são seres que aliviam o peso da minha existência... cúmplices até o sangue... é assim que eu os enxergo. Meus amigos carregam a minha vida comigo. São tão errantes e tão íntegros quanto eu. Compartilham das minhas precariedades, sem necessariamente as entendê-las. Apenas as aceitam. São todos tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais! Despertam paz no meu interior. Me roubam sorrisinhos de canto de boca quando se aproximam de mim. Completam minha vida. Não posso afirmar que serão eternos, mas não tenho dúvida de que diariamente os eternizo em mim.  Como diz o poeta, amigos são mesmo os irmãos que Deus nos permitiu escolher... e eu sou grata a Ele por me permitir isso.

sexta-feira, julho 22, 2011

Medinho bom.




Sabe aquela vontade absurda que você sempre teve de andar numa montanha russa?
E sabe aquele medo que dá só de pensar na idéia de andar numa montanha russa?
Mas você topa sentir esse medo só porque seu sonho é andar numa montanha russa?

...

Então, agarra esse medo, anda com ele de mãos dadas, coloca ele do seu lado na montanha russa e fala bem baixinho: fica quietinho aí. Se você abrir a boca, eu te jogo daqui de cima abaixo. E se, mesmo assim, ele te desobedecer, jogue-o mesmo, sem remorso. Mas quando a voltinha pelos trilhos terminar, desce lá, junta os cacos dele e leva com você de volta pra casa; você vai precisar dele por aí. Porque medo é que nem remédio: na dose certa, cura; mas, na dose errada envenena.

quinta-feira, julho 21, 2011

Das coisas da vida.



As coisas mais fantásticas da vida acontecem sem a gente perceber. Sem intenção. De repente. Num piscar de olhos. Num milésimo de segundo.

São exatamente as coisas mais intensas. Que mais remexem nosso interior. Que mais causam transe. São as mais incertas. As mais complexas. As que realmente marcam. As mais conflituosas. As que mais demandam cautela. As que exigem mais maturidade. As que nos derrubam com mais facilidade. As que desestabilizam com mais fúria. As mais incontroláveis. As que desarmam nosso freio de mão. 

São aquelas que todo mundo, lá no fundo, sempre quis viver, mas costuma fingir que não está em casa quando elas chegam batendo na porta. Aquelas que a gente finge que passa a vida toda esperando, e, ao fim da vida, ainda as acusa de nunca ter-nos dado oportunidade de experenciá-las. São as mais raras. As mais rarefeitas. As mais estúpidas e as mais escandalosas. E umas das poucas coisas dessa nossa vida que merecem ser vividas, independente de estarem acopladas ou não à turbina da eternidade. 

sexta-feira, julho 15, 2011

é... você sangra apenas pra saber que está viva.



Uma queda do centésimo andar de um prédio. Ela se jogou, eu vi, tenho certeza, embora todos ao redor daquele corpo estendido no chão sussurrassem: não acredito! Deitada no chão, o gosto de sangue na boca. O delicioso gosto de sangue na boca. Nem ela acreditava que aquele sabor metálico era tão bom assim. Levantou-se lentamente. Doíam-lhe todos os ossos; os órgãos; mas não a alma. Esta estava intacta. E não havia tristeza; a dor passaria, decerto. O cabelo, grudado ao asfalto quente. As unhas quebradas, os olhos, agora abertos. Mas estava viva. Nem ela mesmo acreditava. O coração pulsava num ritmo muito mais acelerado que antes. A respiração ofegante, o rubor na face. O sangue de novo. Escorrendo pelo rosto. Pelo corpo. Misturando-se ao suor. Cambaleante, caminhou até a praia mais próxima. Sentiu o vento bater na sua cara. Entrou no mar e sentiu o sal corroer seus arranhões. Mas sorria um sorriso manso. Infinito de prazer. Como nunca, nunca imaginava que pudesse ser. Ainda assim, algo lhe pesava sob as costas. Asas longas e brancas, sob as quais estava escondida sua humanidade. Eram bonitas, mas não combinavam com ela. Quem haveria de tê-las costurado ali? Num ímpeto, arrancou-as de si. Sangue de novo. Estranhamente, quando mais sangrava, mais se sentia fortalecida. Parou. Ouviu, ao longe, uma música: ela fechava aquele momento de forma perfeita. Cantarolando-a, seguiu descendo as escadas daquela avenida. E repetia sem cessar o refrão que dizia:

"...When everything feels like the movies
Yeah you bleed just to know you're alive..."
(Música: Iris - Goo goo dools)

segunda-feira, julho 04, 2011

Aprendiz.



Resolvi deixar de tentar ser feliz pra tentar ser aprendiz. Felicidades são fatos isolados; por mais que sejam intensos e marquem, uma gota de tristeza, aqui ou acolá, é capaz de mascará-las num piscar de olhos. Aprendizados não saem  de dentro da gente nunca, mesmo em meio à mais impetuosa tempestade. Pelo contrário, são exatamente eles que nos ajudam a passar por ela. E depois que passamos, eles só crescem e se tornam pontes pra que a gente cruze os abismos da existência. Assim fica mais fácil se bater com uma e outra felicidade pelas esquinas dessa vida.