(Modelo: Fernanda Young, escritora, atriz e roteirista)
Todas nós somos - sem exceção -complicadas e perfeitinhas. Possuimos mapas e guias, tanto pra se chegar ao nosso coração quanto pra levar-nos pra cama. Se os homens pudessem enxergar nossa alma, se deparariam com um labirinto sinuoso e complexo, que só os mais habilidosos conseguem explorar. Alguns podem chegar ao nosso coração, mas nem todos conseguem nos levar até os lençóis; nestes, falta habilidade em despertar a química necessária para o encontro dos corpos. Outros podem nos levar pra cama de cara, mas sem alcançar nosso coração. Não entenderam ainda que pra obter êxito basta apenas ser homem - de verdade. Nada mais. Adoramos chocolate, homem e sexo - não necessariamente nessa ordem. Temos olhar clínico pra quase tudo; menos pro cafajeste do apartamento ao lado. Venderíamos nossa alma por uma empregada doméstica, um cabelo que não nos desse trabalho, um dia com trinta e seis horas, uma paleta de maquiagem da Coastal Scents, um arsenal de perfumes e um closet cheinho de sapatos. Somos carentes por natureza. Choramos por tudo, tudo mesmo. E por nada também. Sustentamos paradoxos inimagináveis. Oscilamos entre o desejo de saciar o romantismo cravado na nossa essência e o instinto de fêmea no cio. Somos fascinadas por saltos, embora muitas de nós teimem em descer deles de vez em quando (envergonhando a classe). Entendemos mais de conquista do que muito garanhão por aí. Temos um cérebro fisiologicamente eficiente, mas que se desmancha cego diante de um par de bíceps, uma barriga-tanquinho, um olhar-tira-roupa e um bebê fofinho. Damos mais valor a uma boa-comida com os olhos do que uma mal-comida de cinco minutos. Somos muito mais auditivas do que visuais. Já nascemos mães por excelência e direito (nossas bonecas que o digam). Carregamos uma vida durante 9 meses na barriga e o resto dela, pra sempre, no coração - e aí sim, nos tornamos mães de fato. Sofremos mutação no gene-da-amélia durante o processo de evolução da nossa espécie, mas perdemos todas as nossas vantagens evolutivas quando nos apaixonamos. Sangramos uma vez ao mês, durante 5 dias... e não morremos. Temos um dia internacional só pra gente. Somos o verdadeiro sexo forte. Somos mulheres. Apenas mulheres.