terça-feira, agosto 30, 2011

Já era.



Veja que sorte a minha: você tem sabor agridoce. O meu preferido. Não dá pra enjoar nunca. Você destila acidez, por isso, me faz salivar por todos os cantos de mim. Incita os meus reflexos mais involuntários - os mais imprevisíveis; os mais inimagináveis...

É, você arde. Gela também, mas quando isso acontece, eu esquento. Mais ainda. Você me dói uma dor de prazer que só quem já sentiu pode compreender. Uma dor de parto às avessas; é você entrando em mim.Você me dói, mas quando quer, me analgesia. Me atiça os sentidos, mas não me rouba de mim em nenhum momento. Não consigo ser outro alguém, senão eu mesma, quando estou contigo. Você permite que eu me perca em mim, mas nunca de mim. Um cuidado que denota um sentimento que, como você mesmo disse, é antigo e profundo; e eu completo: independe dos nossos hormônios. Porque... lembra? Já era...

segunda-feira, agosto 29, 2011

Natural.




Tão simples! Tão inesperado... Tão espontâneo...
É, tem razão... o natural é muito mais bonito...

sábado, agosto 27, 2011

Alento.


A coisa mais alentadora do mundo é a certeza.
A mais enternecedora, a verdade.
A mais gratificante, a sinceridade.
A mais deliciosa, a paixão.
A mais dilacerante, a saudade.
A mais relaxante, o sexo.
A mais terna, o amor.
A mais perfeita, a música.
A mais leve, a paz.
A mais inexplicável... você.


quinta-feira, agosto 25, 2011

Bom demais.



Eu já sabia que você não tinha medo de altura. Mas não sabia que você tinha uma escada tão imensa, que alcançasse o céu... Eu bem sei de seus receios, mas você consegue me surpreender todas as vezes que sobe cada degrau dessa sua escada, enfrenta a gravidade, irrompe as nuvens, recorta pedacinhos dele e me oferta da forma mais fofa da Via Láctea. O que eu não sei é se você tem a intenção de me proporcionar tanta felicidade e se consegue mensurar a intensidade disso tudo em mim. Mas sinto na sua voz que você se compraz nela e eu me comprazo em você como num ciclo que gira, gira e pode ou não tangenciar. Do que depende, não sei. Só sei que é bom demais. Que eu tô feliz. E que vale muito. Só isso que eu sei.

quarta-feira, agosto 24, 2011

Sem razão.


Ela, acostumadíssima em deter todos os argumentos, não conseguia perpassar os dele. De fato, eram fortes e sensatos demais para serem questionados, e conseguiam atravessar a tênue cortina da sua intensidade sem, entretanto, paralisar ou dissolver qualquer fragmento da mesma. Mas o pior mesmo era a doçura embutida neles. Abortava toda e qualquer tentativa dela sair por cima ou justificar alguma coisa. Incinerava, ainda que temporariamente, alguns receios e inquietações. E exercitava sua paciência, seu auto-controle, mas sem deixar de excitar o que havia lá dentro. Quer prova maior que essa que o mundo gira? E ainda bem que gira, meu caro. É justamente o que nos faz sair do lugar ou nos colocar nele.

terça-feira, agosto 23, 2011

Simples assim.



E tantas vezes eu me pego a sorrir sem necessariamente pensar em você,  pelo simples fato de você existir. Não entendo direito isso agora, posto que sua existência já é fato em mim há um bom tempo. E, diante disso, eu bem que poderia afirmar que somente saber que você existe me basta. Mas, ultimamente, descobri: é pouco. E que sou louca e sincera o suficiente pra dizer que, apesar da plenitude que sua existência me faz experimentar, eu ainda quero [e espero] experimentar o infinito em você.

domingo, agosto 21, 2011

Tu, tu, tu...


Eu tenho tentado ocupar o meu tempo exatamente como você me mandou fazer. Mas, é foda ouvir ele dizer, na minha cara, que já anda muito ocupado com você pra ter tempo de se ocupar com o que me faz ou não lembrar de ti.

sábado, agosto 20, 2011

Ela me ama.



Eu acho que a vida gosta de mim pra caralho. Muito mesmo. Não é a todos que ela dá oportunidade de experimentar a grande maioria dos seus extremos assim como ela me deu. Tem me dado. Do fundo do poço mais infernal à nuvem mais fofa do chão de um paraíso aí. Da lágrima mais doída à gargalhada mais gostosa - de doer a bochecha. Da mágoa mais profunda (e tida como incurável) ao perdão mais espontâneo. Da dor mais aguda ao prazer mais intenso. E não, não acredito que ela tenha me marcado com o carimbo da intensidade em vão; mas, sim, acredito que as pessoas que derramam intensidade pelas bordas - e nem precisa frisar aqui que estou nesse grupo - têm essa capacidade de transitar pela existência dessa forma tão passional. Não porque somos melhores. Só acho que a gente, ao mesmo tempo que se reprime mais, se permite mais também, até o dia que decide equilibrar as coisas, mas sem perder a intensidade. Essa, só a morte consegue arrancar.

segunda-feira, agosto 15, 2011

Uma péssima atriz.


E mais uma vez eu desci de mim e, com todas as forças da minha alma, comecei a empurrar meu lado atriz [que só pega no tombo] - mas que quando pega, pega. O plano não era esse, mas existem circunstâncias que exigem que a gente suba as escadinhas e abra a cortina do palco - não por falsidade - mas por uma questão de sobrevivência. Minha.  Sua. Nossa.

domingo, agosto 14, 2011

É complicado...


O problema, Zé, é que não é só vontade. A coisa é mais séria. Tá muito mais na alma do que no corpo. O problema é quando a vontade passa a ser necessidade. É quando você deixa de querer pra estar com você e passa a querer pra ser em você. Com você. E isso é complicado, Zé. Ô, se é...


sábado, agosto 13, 2011

Verdadeiro amor.



Faz tempo que você deve estar aí me esperando. Mas, não se engane, não pense que eu desisti de você; eu ainda te quero. Muito. Com todas as forças da minha alma de mulher. E ainda espero por você.  E penso. Todos os dias. Chego a concluir, por vezes, que já passou da hora, mas [ainda bem que] depois desisto: não existe hora pra gente como você chegar na vida da gente; essa hora, seja ela qual for, vai ser sempre a certa. Tem paciência aí: tô fazendo uns consertos aqui dentro pra poder te receber. Não vou garantir que quando você chegar tudo vai estar em perfeitas condições, mas tenho a doce impressão de que você vai gostar, sim, do cantinho que vai encontrar pra começar a se preparar pras coisas daqui de fora. É uma reforma grande, e eu não tô me debruçando nela só pra te comportar durante os nove meses que você vai passar aqui, até porque eu sei, [eu tenho certeza], que você é o tipo de ser que mesmo sendo parido, permanece [de uma forma que eu não sei ainda descrever] dentro da gente pra sempre. Só muda de lugar; da barriga pro coração.

quinta-feira, agosto 11, 2011

Com você...


... aprendi a [tentar] esperar sem me cansar [tanto]. A dissolver meus surtos de certeza. A economizar meus versos. A quebrar menos vasos. A andar sem tocar o chão. A não ter medo de avião. A deixar algumas coisas no ar. A curtir música a dois. A sorrir enquanto choro. A dosar os excessos. A não condicionar minha inspiração à melancolia. A descer do meu mini-pedestal. A conversar em silêncio. A parafrasear os outros sem vergonha alguma. A aguçar minha disciplina. A não precipitar coisa alguma. A me deixar persuadir. A desconsiderar o impossível.

terça-feira, agosto 09, 2011

Essa nova noção de saudade.



Quando ouvi falar nessa estória de saudade daquilo que nunca foi, juro que gargalhei do lado de cá. Mas aí você me disse que determinados sentimentos, e inexoravelmente a saudade, são atemporais. Que a gente acha que eles se instalam assim, do nada, mas na verdade eles atravessam o tempo intactos, mesmo que ninguém os perceba.  Que eles já são, antes da gente imaginar que eles serão. Que o que é pra ser, só não será se a gente passar apressado demais ou, tão absurdamente distraídos, a ponto de não conseguirmos percebê-los, e aí acabamos por atropelá-los com nossa mania de temporalidade. Então, é isso: o que vai ser, já foi. Já é.

Tudo bem, você não me falou isso assim, literal e exatamente como eu escrevi. Mas daí que eu achei tão linda essa nova noção de saudade que eu li nos seus olhos, que resolvi transcrever aqui.

Ai, ai...
Eu, com essa minha mania estúpida de ler as almas...
Você, com essa mania única de falar com o olhar...


domingo, agosto 07, 2011

Um cafajeste incomoda muita gente. Dois cafajestes... ai, me abana...




Eles são o sonho de consumo de qualquer mulher, de qualquer idade, cor e classe social. São preferência nacional. As mais sonsas, as santinhas-do-pau-oco, nunca admitem; mas lá no fundo, toda mulher quer um cafa pra chamar de seu e tratá-la e-x-a-t-a-m-e-n-t-e como tal - e isso (valha-me, Nossa Senhora da Bicicletinha!!!),  eles conseguem fazer muito bem. Nasceram com uma impressão genética ímpar: fazer todas as tolas do mundo caírem na sua rede. E não se engane: se você ainda não caiu, um dia cai. Não valem um conto de réis, mas ao mesmo tempo, valem a pena ( adquirir experiência sempre é bom), as lágrimas que  você [com certeza] vai derramar por eles durante um espaço de tempo considerável e o ódio que vai nutrir por si mesma em ter caído [mais uma vez] no conto do cafajeste. E não tem jeito. Você chora, esperneia, xinga... liga pra suas amigas dizendo que "daqui pra frente tudo vai ser diferente, você vai aprender a ser gente", que a partir de agora vai pisar nessa raça des%$#@&* e eu acredito em você (e suas amigas também), mas só até o dia que outro tipinho desse cruzar seu caminho com aquele olhar 43-arranca-roupa-no-dente. É flash back na certa...

Barriga-de-tanquinho e outros apetrechos físicos ligados à facilitação do processo de perpetuação da espécie - se é que vocês me entendem - não estão necessariamente relacionados a esse tipinho (embora seja marca registrada na maioria deles). Em contrapartida, a grande maioria usa cueca box e traz estampada na cara , além de uma sem-vergonhisse deliciosa, uma barba de 3 dias que... ... ... Bem, deixa pra lá...! rsrs... Quando identificam seu alvo - eu, você e todas as fêmeas do planeta - erguem uma das sombrancelhas, lançam um olhar 43 daqueles, largam um sorrisinho de canto de boca, passam a língua nos lábios e a mão no cabelo, levando-a até a nuca (imaginou a cena?)... Game over pra idiota carente do outro lado do barzinho.

Venhamos e convenhamos, admitamos, meninas: nós, mulheres, temos uma queda - ou melhor, um tombo (como disse Lari) pela espécie em questão. Atire a primeira pedra quem nunca molhou muita fronha (e algumas calcinhas) por causa deles. Mas, por quê? Eles mentem descaradamente na nossa cara,  e, embora conheçamos de cor e salteado o papinho-furado deles, caimos na lábia dos marmanjos que nem patinhas. Sabem usar a palavra certa na hora certa e no lugar certo. Sabem seduzir como ninguém pois todos - sem exceção - tem uma pegada incrível (seria outro tipo de programação genética?). Sabem o lugar certinho de tocar... e como tocar (fundamental!!!).  Fácil e naturalmente nos levam pra cama, transam bem demaaaais, abre parênteses - nos deixam apaixonadas - fecha parênteses, prometem itens que variam de uma ligação no dia seguinte a amor eterno, mas (é claro) ... nunca ligam no outro dia (e a parte do amor, eu prefiro nem comentar...). Mas, vamos combinar que a gente sempre soube disso. E ainda assim, espera; o a ligação e o amor.

Eles são verdadeiras drogas: poucas doses de seu charme são capazes de fazer a gente viciar. E é foda. Você vicia na voz, no cheiro, no gosto, no beijo... no sexo. Na crise de abstinência liga mil vezes, manda email, SMS, mensagem off line no MSN, e na primeira oportunidade confessa pro cara que você tá apaixonada. Otária. Sente ciúme da ex-namorada, da mãe, da vizinha, da lavadeira, da boneca da irmã mais nova, da planta que enfeita a sala da casa dele... e mesmo que ele diga pra você que não tem nada a ver, você sabe (essa aula você não faltou): qualquer coisa do gênero feminino é alvo potencial para um cafajeste.


Você chora. Chora porque ele ligou e porque ele não ligou. Porque ele não respondeu aquele SMS que você mandou às 4 da madrugada dizendo que tava morrendo de saudade e, quando você vai tentar uma DR ele diz, na sua cara, que você é a princesa da vida dele,  que te ama sem fim e do jeito dele, que não vê a hora de fazer isso e aquilo e aquilo outro com você... E não dá outra: você acredita, se derrete, e dá pro cara de novo (eu só queria saber por que raios eles conseguem dissolver nossas certezas mais absolutas com relação às canalhices deles, mas tudo bem, tá valendo). E sabe por que ele faz isso tudo? Porque ele sabe, querida - tem certeza - que você já tá na mão dele. Dizem por aí que chega um dia que eles cansam e aposentam, mas Eu, sinceramente, não acredito nessa tese. Afinal, uma vez cafa... sempre cafa. E que eles nunca saibam, mas, a gente agradece por eles existirem... apesar de todos os pesares...kkk!

sexta-feira, agosto 05, 2011

De cabeça.


E eu, justamente eu, que te pedi pra não atropelar as coisas, perdi o freio, tô descendo [de cabeça] ladeira abaixo. Pedindo a Deus, que, no mínimo, eu te encontre ao final dessa queda. Que eu só não me quebre além do que eu consiga consertar. Que eu me perca, mesmo que demore um pouco pra eu me achar. Que a tua luz até me cegue os olhos, contanto que você seja meu guia. Que tua mão me toque, ainda que o choque seja fatal. E que, se a morte resolver aparecer, que ela me chegue branda, pra que toda essa sensação de vida se esvaia vagarosamente.

quinta-feira, agosto 04, 2011

Minha anfitriã.


Andando por aí. Aprendendo a aproveitar da forma mais intensa a visita ultra-hiper-mega surpresa que a  felicidade me fez nos últimos dias. Ela é nômade; vive de passagem. Aparece no céu da vida na mesma frequência que o cometa Halley no céu do mundo. Tem prazo de validade curto. É altamente volátil, por isso, deve ser consumida de maneira hermética. É discreta; primeiro entra de fininho, e só cá dentro se desfaz em festa. Mas, de repente se refaz e se espalha pelo corpo, e resolve, por fim, estampar a nossa cara. Imprime purpurina nos nossos olhos. Repuxa os lábios em sorrisos incomuns. Impregna a alma de um otimismo sem fim. Dissolve os temores. Infla nossos poços de coragem,  Mas, também, no dia que resolve fazer as malas, ninguém a segura. Tem gênio forte. Parte sem sequer olhar pra trás. E é justamente por isso que, por mais que esteja sendo delicioso tê-la (eu até já tinha me esquecido como era isso), eu também ando tentando não me apegar a ela. Prefiro que ela seja minha anfitriã. Que me carregue em seus braços durante sua passagem. Porque, antes, prefiro correr o risco de querer desistir dela, ao risco dela se cansar de mim.

terça-feira, agosto 02, 2011

Indelével.


Humanamente, não dá pra compreender como alguém consegue ficar mesmo depois de partir, e ainda da forma mais intensa que o pra sempre após aquele momento permita. Seria, por acaso, uma espécie de mágica? Tudo isso é inentendível. E você, indelével...