quinta-feira, maio 31, 2012

The last.




  Ouvi dizer de mundos que haviam se tornado especiais e mais claros. De almas que se tocavam. De sentimentos que não paravam. De anjos que poderiam se tornar amores. De amores... De mares que, unidos a olhares, bastavam para lhe completar. De ser portadora da mágica de fazer emergir o melhor que pudesse existir em alguém, com um simples toque, um olhar...” Ouvi e acreditei. Ouvi e me confundi. Ato falho: existem coisas que não se encontram à mercê da sensibilidade. 

  Ouvi ecos de futuro, e vi o futuro. Acostumada a sepultar passados, acreditei ser essa uma competência universal. Não era. Não é. Ser forte e tocar o outro sem, necessariamente, ter que machucá-lo é pra poucos. Saber entrar e sair, também – desde que você não entregue a chave do cadeado a ninguém.

  Ouvi gemidos, promessas, desabafos, dúvidas e clichês. Ouvi descrições de detalhes nunca antes percebidos, bem como frases insólitas. Ouvi declarações: chegar pra mudar a história de alguém, fazer caber em si a capacidade de fazer tudo se tornar mais fácil, mais especial, único -  responsabilidade que carregaria sem pestanejar se esta não tivesse sido arrancada de mim e devolvida a quem nunca conseguiu desempenhá-la com esmero, não apenas por incompetência, mas também por não compreender a diferença entre amor e egoísmo.

  Mas, de repente, o mundo escureceu. O sentimento parou. O anjo tropeçou e caiu daquele “céu de nuvens fofas e manjares divinos” e virou demônio. De repente, nem o infinito do mar era mais suficiente pra completar nada, e, bem do nada, um arquétipo de sentimento voltou à tona, e agora bóia oceano 
  adentro. E quem fica, que se afogue: nesse mar de navegar, não há botes salva-vidas pra todos.

  Pior que ser vítima de uma inverdade é ser vítima de uma empolgação...

~ Mari Teixeira ~

quarta-feira, maio 30, 2012

Não te mata.



Vontade dá e passa. E volta de novo. E passa. Volta e fica um tempão. Depois vai embora. Daí volta e fica um tantinho. Toma um chazinho na sala de estar da sua vida, bate um papo, e se vai de novo. Como é confusa, essa moça, meu Deus!

Mas, aprendi, enfim, a deixá-la transitar. É inofensiva, a coitadinha. E há que se deixar ir mesmo, principalmente se a vontade não cabe no motivo... e se o motivo tem outras vontades. Fica tranquilo: ela não te mata caso, antes, você não consiga a matar. 

~ Mari Teixeira ~

sábado, maio 26, 2012

Sobre corações, realeza e anfíbios.


Ele tinha um martelinho, uma machadinha, um pé-de-cabra e outras ferramentas que só os homens têm e sabem os nomes de cor. Ela tinha um coração de carne, tipo filé-mignon, mas jurava pra todo mundo - inclusive pra si própria - que era de diamante. Ele duvidou, a priori. Ela fez questão de ratificar: sou assim, sim! Ele não entendeu que aquele coração cintilava por ele tão intensamente quanto batia pelo mesmo motivo, nem que valia muito mais que alguma noites insanas de prazer.  Ela filou todas as aulas de Persuasão pra assistir às aulas de Amor, enquanto já tinha gente com diploma de doutorado na estória. "Um coração de diamante precisa ser lapidado", sugestionaram-lhe ao pé do ouvido. E ele assim o fez: retalhou um coração de carne e, assim, esculpiu três destinos distintos. Se ele sabia que a textura rígida daquele coração era puro blefe, sinceramente, não sei. Mas, sei sim, que ele abortou muitas certezas e relançou âncoras. Talvez ele tenha confundido o caso de amor deles com um filme do Shrek. Talvez tanto brilho presente no coração dela tenha lhe ofuscado o olhar. Talvez tanta preciosidade tenha assustado o seu doce e jovem coração de príncipe que acabara de deixar de ser sapo - nem todo mundo tem facilidade pra lidar com a realeza. Talvez tenha lhe faltado compreensão acerca da obviedade explicitada nesse curto espaço de eternidade vivido por eles: príncipes se casam com princesas. Sapos, com sapas...

~ Mari Teixeira ~

sexta-feira, maio 25, 2012

Desacontecer.


Começou a desacontecer. Coração desacelerando. Sudorese diminuindo. Sensação de paz se reinstalando. As mesmas músicas continuam na vitrola, mas, agora, me tocam em tom de saudade menor. Faz tempo que meus olhos se prestaram a chorar tua falta. Tristeza fez a mochila e se foi sem que eu percebesse. A uma altura dessas, já vai longe  - assim espero - levando a esperança à tiracolo. Já não te busco mais pelos cantos; já entendi que você não está mais aqui. Apaguei nossas marcas do espelho. Teu cheiro, escondido em outro colarinho, já não me entorpece tanto quanto outrora. Ficaram, ainda, muitas lembranças - só. Aliás, devo frisar que não imaginava usar esse advérbio tão cedo.  Me sinto mais leve: o vazio, na verdade, aumentou. Tô perdendo, pouco a pouco, cada minúcia que você havia largado em mim. Se antes você me ocupava por completo, até o interstício entre meu corpo e minha alma, hoje, anda restrito a algumas sinapses. Juro não ter feito o mínimo de esforço pra que isso acontecesse, mas já era de se esperar: o amor também não foge às leis da física e tende a se mover de onde há mais dele pra onde há menos. Cá dentro, a visão ainda é comparável à Hiroshima e Nagazaki, dias após a explosão nuclear. Você fez estrago, meu bem: a intensidade da satisfação que me trouxe foi diretamente proporcional à dor. Aliás, diga-se de passagem, eu não sabia como era doer até você resolver sumir de mim... E doeu, doeu, até necrosar e parar de doer, e começar a desacontecer. O sintomas se vão, mas a lembrança ainda fica. Não tem como nem porquê sumir assim, num piscar de olhos; você rompeu a lógica do merecimento e se faz permanecer em mim pela lógica do significado, mesmo desacontecendo, mesmo me surpreendendo, mesmo desfazendo nossos nós, aparentemente, tão cegos, mesmo me machucando, mesmo sangrando... Mas já não temos mais nós. Já não somos mais nós. Somos eu e você e mais alguém, formando um triângulo escaleno que nem a mais lógica das ciências exatas consegue explicar...

~ Mari Teixeira ~

sábado, maio 19, 2012

Bem-me-quer. Mal-me-quer.


Droga! Eu te quis, sabia? Muito. Te quis ao meu lado, lindo, cheiroso, meu, só meu, e li no seu olhar essa posse dia após dia. De minha parte, não duvide: me dei por inteiro, e ainda pedi empréstimo ao infinito pra poder te fazer o homem mais feliz do mundo. Eu quis seu sorriso açucarado, sua voz quente no meu ouvido, sua mão forte na minha nuca, sua língua no lugar certo. Quis velar teu sono outras vezes mais e cantar nossa música olhando dentro da tua pupila madrugada adentro. Quis amanhecer várias outras manhãs com você deitado ao meu lado e ouvir tua voz dengosa ao meio-dia pelo celular. Eu quis viver pra sempre com você, e quis esquecer que "o pra sempre sempre acaba". Quis tudo isso como quem não faz outra coisa além de querer. Como quem faz do 'querer' um verbo universal. Ainda quero. Minha alma ainda te pede. Meu corpo? Ah, esse te implora... Mas quando teu coração te liga no meio da noite e diz: 'preciso conversar sério com você', é prudente ouvir. Dá frio na barriga, tu  dá aquela engolida seca, tenta fugir, sumir: meu Deus, lá vem ele de novo! E aí, meu bem, se ele te conta que já não guarda mais tantas certezas acerca de algumas coisinhas, digamos, básicas, pra te manter nessa andança de saudade rumo ao 'seja o que Deus quiser', muda tudo. Agora, que seja como você mesmo quis. E como eu estou passando a querer. 

╰☆╮ Mari Teixeira ╰☆╮

sexta-feira, maio 18, 2012

Marcas.


Acordo e adormeço, todos os dias, a me perguntar se a pele dele guardou alguma marca além daquelas... Se sua alma, sempre inclinada aos tons graves consegue, hoje, entender a gravidade de um pesar - é dor que só agrava, dia após dia. Pensamento que só gravita em torno dele. Uma gravidade que me puxa e me prende a um pretérito-mais-que-perfeito. E eu, aqui, grávida de um amor anencéfalo, com prévias dores de parto desde sua partida,  mas, ainda longe de sentir o alívio de pari-lo para fora de mim. Marcada além do corpo, além, até, do meu poder de compreensão. Ainda dolorida de ter sido gravemente ferida, pesada de tanta saudade que já se nega a caber num espaço tão vasto de ausência; até saudade tem limite. Quero encontrar o meu também... 

╰☆╮ Mari Teixeira ╰☆╮

segunda-feira, maio 14, 2012

Né de Deus não.



Problema tá todo aí, Zé... quem experimenta de um troço chamado amor não quer mais viver pulando de boca em boca, de corpo em corpo, de vida em vida... Sabe? É quando a matemática perde a lógica e 1 + 1 deixa de ser 2 pra continuar sendo 1.  Quando o que já fazia sentido passa a ser, de fato, sentido. Na pele. É quando você sente um 'click' seguido de um susto e se dá conta que o tal encaixe perfeito existe, e ele acabou de acontecer com você, ainda que aos 45 do segundo tempo. Perfeito! Meu Deus, Zé... é quando você consegue mensurar, de fato, o infinito, simplesmente por estar mergulhado nele! Não tem receptor tátil que escape. Tipo, aquilo que você não tinha muita noção agora cabe, sem folgas, no seu entendimento. Muda tudo, Zé, tudinho mesmo. Muda a cor dos dias e da rosa vermelha que dá no canteiro da vizinha também. Eu juro, juro por tudo que é mais sagrado, Zé, que ela tava bem diferente hoje cedo, quando eu saí pra trabalhar. Ela mudou o tom de vermelho umas dez vezes. Sério! Eu olhei pra ela e, sabe quando a gente para e lembra, foi bem assim, eu juro que vi, eu vi ele e eu, nós dois, Zé, ou melhor, "nós um", estampados em cada pétala, e como num espectro, enxerguei um bando de vermelhos em fração de segundos: o vermelho-sangue, o vermelho-do-meu-olho-de-tanto-chorar, o vermelho-azedo-de-um-morango-qualquer, o vermelho-do-meu-batom, o vermelho-doce-do-lábio-dele, o vermelho-puta-do-esmalte-que-ele-adorava, o vermelho-coração, o vermelho-amor. Entrei no carro, liguei o som e dei a partida com ele no pensamento. Me peguei sorrindo quando parei no semáforo perto de lá de casa. Mas, que diabos, Zé, ele me deixou e eu ainda tenho a cara de pau de amanhecer sorrindo? Fechei os olhos e pedi a Deus que tomasse conta dele hoje, ontem, amanhã e depois. Que ele fosse feliz, comigo ou sem-migo. Depois, resmunguei baixinho: 'diacho de amor! Né de Deus isso não...'

╰☆╮ Mari Teixeira ╰☆╮

Estatística de amor.


♫ "Há tantos que vivem sem viver um grande amor..." ♫


(Jorge Vercilo)

Se ainda assim você não tivesse me deixado nadinha de bom, já valeria o fato de ter me arrancado da plataforma gráfica dessa maldita estatística...

╰☆╮Mari Teixeira ╰☆╮

domingo, maio 13, 2012

Segundo plano.


Segundo plano é coisa de computador. E eu posso até ser uma máquina em várias outras coisas, mas sou mais humana do que qualquer pessoa possa mensurar. Meu coração é grande e forte demais pra se reduzir a uma mera fonte de alimentação de uma CPU qualquer, que se esgota por tudo e por nada; a capacidade da minha mente é grande demais pra se resumir a alguns gigas de um HD. Minhas sinapses? Incomparáveis às nanopartículas de uma memória. Meu corpo, precioso demais pra ser comparado a um gabinete - por mais botões e brilho que ele tenha. Sigo tentando processar. Velocidade à mil - nossa provável única verossimilhança. Vinte e quatro horas ligado, ele não se cansa. Eu me canso. Cansando, meu bem. Não nasci pra esperar num ponto fixo do mundo as voltas que ele dá...

╰☆╮ Mari Teixeira ╰☆╮

sábado, maio 12, 2012

Pena.


A pena. Que pena! Botão errado, meu bem; o delete da nossa existência a gente só aperta quando tem certeza - a vida não tem ctrl + z... o mundo não gira em torno dela - nem em torno de você. Sonolento, consciente, pressionado ou convicto, não importa mais... botão apertado! Meu coração também. É mesmo uma pena! Penar. Peneira. Você não tem uma? Que pena, de novo! Penalidade máxima pra você. Escolha muito mais perigosa do que errada. De coração? Que você saia vivo e sutilmente ileso, a tempo de me encontrar com uma caixinha de primeiros socorros na esquina da sua estória. Desejo sinceramente, inundada de pena. Muita pena. De vocês...

╰☆╮ Mari Teixeira ╰☆╮ 

sexta-feira, maio 11, 2012

Inerte.

No limite... Não sei até quando vou suportar me 
submeter a essa inércia imposta pelas circunstâncias...

╰☆╮ Mari Teixeira ╰☆╮

quinta-feira, maio 10, 2012

Digitais.


Se a lógica insiste em gritar que a água lavou as impressões digitais que ele deixou no meu corpo, o meu cético coração vai demiti-la por justa causa pela incompetência de não ir além: nas indeléveis marcas de alma nada toca, nada lava, nada leva... nada isola. Sessenta dias que as reentrâncias das digitais da alma dele impregnaram na minha. "É alma com alma...!". Ele sorriu e adormecemos, muito mais do que juntos: um no outro.  Foi eterno enquanto durou. Minto. Ainda é. Ainda dura...

~ Mari Teixeira ~

quarta-feira, maio 09, 2012

Memórias.


Lembro de uma das nossas últimas conversas. Eu e você, ali, sentados na beira daquela cama que mal nos cabia - imagine o nosso amor. Achava muito lindinha aquela sua forma de argumentar e de me olhar - ainda acho. Você levantava a sobrancelha direita como quem quisesse ir além do que as palavras pudessem alcançar, e conseguia, sem esforço algum. Lembro daquele olhar nocauteador, repleto de um sentimento que a gente buscou, sem sucesso, descobrir o porquê de tanta demora em acontecer. Centenas de "ois" ao longo de uma vida toda, e, por que mesmo, meu Deus, um deles, num dia igualzinho a todos os outros, teria provocado esse furacão que teima em não passar? "Um cedo tarde", lembra? Eu me lembro. De cada detalhe - ah, como você se detinha à eles, enquanto eu me ocupava em te adorar, tal qual um deus no altar particular da minha vida. Da mistura de uma ternura incomum com um desejo pungente que transcendia nossa razão e o próprio tempo que tentávamos, em vão, subornar: ou ele parava, ou nós daríamos um jeito de parar nele, e eu era capaz de trocar a minha vida com ele por isso. Ainda sou. Parar o tempo diante da festa que nossos corpos resolviam dar cada vez que nos encontrávamos, com a participação ultra-especial das nossas almas;  fazíamos isso com uma destreza impressionante. Lembro de ter acusado o acaso, enquanto você fazia o destino sentar no banco dos réus da nossa estória. Culpados ou não, ao final das contas, eles foram absolvidos e nós, duplamente condenados: a nos perdermos um no outro e, depois, um do outro, e o pior, pelas mãos de um juízo alheio... Sentença injusta, mas que não muda nada. Estamos presos perpetuamente um ao outro, ainda que as grades da distância física queiram nos separar. A eternidade não tende a morar naquilo que costuma perecer... 

╰☆╮ Mari Teixeira ╰☆╮

terça-feira, maio 08, 2012

Entender.


Eu vivo pelo entendimento, imersa num lago denso de porquês e pra quês. Quando escrevo, não faço nada além de colocar meus sentimentos no papel no intuito de entendê-los, pois só saber e sentir não me permitem, por si só, alcançar o meu objetivo-mor: compreender. Escrevo para materializar o abstrato manifestado em cada batida que o meu coração proclama, e assim, poder enxergar melhor tanta coisa que se move em mim e me move, enfim. E se, pra mim, entender é essa coisa tremenda de grande, imagina viver!... Lembra do que disse Clarice? VIVER ULTRAPASSA TODO O ENTENDIMENTO... E hoje, é bem isso: ainda que eu entenda, me é necessário viver esse tempo e toda dor embutida na precocidade dessa colheita. Verde, mas só na casca; um tanto quanto azeda – ainda – mas, repleta de esperança.


╰☆╮ Mari Teixeira ╰☆╮

domingo, maio 06, 2012

sexta-feira, maio 04, 2012

Classificados.


Mulher, 30 anos, divorciada, bem resolvida, procura A Verdade para fechar um ciclo. Romântica caótica, viciada em emoções cáusticas e canções de amor, em versos e prosas, sapatos da Carmen Steffens, tatuagens coloridas e perfumes doces. Ácida por natureza. Poetisa por vocação. Não sabe dançar, mas pode aprender, da mesma forma que aprendeu a gostar do samba que, um dia, trouxeram consigo. Linda, estilosa e nada modesta. Sexy, mesmo sem possuir curvas acentuadamente sinuosas. Fissurada em metáforas, esmaltes e sorrisos. Ex-neurótica, ultimamente, imersa num porre de saudade daqueles, de fazer qualquer ser vivente amanhecer na sarjeta da rua mais estreita da vida, imundo de paixão, lacrimejando intermitentemente por um passado-presente. Altamente seletiva. Ultra-sazonal. Cara de nerd, alma de artista. Sonhadora inveterada, como toda pisciana que resolva prezar o zodíaco e as influências astrais em sua vida (mesmo sem acreditar muito nisso). Essencialmente urbana. Inquieta, mas nada insistente; uma náufraga dessa vida de meu Deus, consumidora perene de coletes salva-vidas - ainda bem que eles existem. Lava, passa e cozinha, mas só se, realmente, não tiver ninguém pra fazer isso. Descobriu há pouco que fazer-amor e fazer-sexo não chegam aos pés da delícia que é fazer-sexo-com-amor. Tem um grau e meio de miopia em cada olho. Sinestésica: enxerga muito mais com os ouvidos e com a pele do que com a retina. É uma das poucas pessoas nesse mundo que, mesmo sem saber esperar, espera. Sabe bem o que quer, e por isso resolveu pagar os olhos da cara por um anúncio nesse jornalzinho aqui. Paga adiantado: mil beijos e um coração de brinde, ou o nunca mais. Favor entrar em contato o mais rápido possível. Já cansando de esperar...


~ Mari Teixeira ~

quinta-feira, maio 03, 2012

Trocas infelizes.





Quem troca uma Ferrari por um Fiat 147 merece mesmo tomar no símbolo químico do cobre...


~ Mari Teixeira ~

quarta-feira, maio 02, 2012

Estranhamente feliz.


É estranho, mas não consigo deixar de me sentir a mulher mais feliz do mundo, mesmo quando o mundo me liga às 8 da noite avisando que vai cair em cima de mim em segundos, assim, do nada... E cai. Completamente surpreendida, não tive tempo sequer de apertar o call do celular; o chão se abriu. Foi estranho. Mas, ainda que eu esteja sentada de pernas cruzadas embaixo de uma tonelada de escombros, eu consigo acreditar no tênue raio de luz que atravessa uma fresta deles; sabe, meu bem, quem já viu o sol de perto não costuma se esquecer dele. É meio surreal: mensuro essa felicidade pelo que sou hoje, por tudo que superei e por ter me superado, por ter me aceitado, me conhecido e, por fim, me amado. Pelas mágoas que renunciei, pela vida que abracei e não quero mais soltar, pelas vitórias que conquistei, pelas derrotas que me valeram lições inesquecíveis. Pelo presente glorioso que ralo pra construir a cada minuto, pelo sangue que escorre dos meus joelhos ao final de cada minuto desse; pela lágrima que a dor instiga - sou humana.  Pelo amor que dispenso àqueles que despertam o melhor de mim... e são tantos! Pela intensidade que transborda e que tanto afasta, amedronta, incomoda, isola... Por, hoje, ser livre das minhas próprias amarras. Pelas felicidades póstumas... nossas felicidades idas... Reúno presente e passado no baú mágico da minha memória, peneiro as frustrações - guardo o que quero guardar; guardo o mundo. Me sinto (da mesmíssima forma que o mundo, tão inusitadamente, fazia com que eu me sentisse em mim, ao mesmo tempo que permitia que eu o sentisse quando colada nele). Me acho - ninguém tem obrigação de encontrar a mim, salvo eu mesma - e me apresento. Estou em pé. Ei, estou aqui! Me sento às vezes, é verdade. Deito. Dormir precisa, né? E sonho com ele. Com o mundo.  Com as voltas que ele dá.  Com nossos banhos de mar em plena cama, de piscina à luz da lua crescente, e de chuveiro: ora gelado, ora quente. É estranho... sou feliz.

~ Mari Teixeira ~

terça-feira, maio 01, 2012

Acreditar.


Ei, Zé, entende uma coisa aqui: o amor é que nem 
Deus - só existe pra quem acredita nele.

~ Mari Teixeira ~