terça-feira, setembro 30, 2008

E a batalha apenas começou...


Passando mesmo só pra dar um oi e justificar minha ausência. Ando muito cansada. Durmo muito tarde e acordo muito cedo. Ainda tenho que dar conta de almoço, pratos e roupas sujas, marido, relatórios, problemas de família, aulas para preparar, provas e relatórios para corrigir, e o meu estudo particular, porque não adianta só assistir aula na sala... Tenho uma prova de Química Geral marcada pra semana que vem, mas que na verdade vem me tirando o sono há semanas (bem como a prova de Cálculo...mas, sobre isso, eu prefiro nem comentar...)!


Muita coisa tem acontecido durante esse tempo, até que surgem idéias, mas eu não estou tendo tempo de sentar na frente do PC e organizá-las, então elas acabam evaporando da mente pra dar lugar a números, átomos, moléculas, orbitais, teorias e teorias e teorias... enfim, até que eu me acostume com a química em si e com o pique da vida que ando levando, acho que não vou ser tão assídua por aqui, embora eu dependa mais de um ápice de tensão emocional do que de qualquer outra coisa para poder escrever... vamos ver como as coisas caminharão daqui por diante...!


Paz e bem!
Mari
P.S. (A professora de Química Geral disse que a prova será em dupla: eu e Deus... por favor, orem por mim!!!!)

quarta-feira, setembro 24, 2008

Marcante...


"O que deixo, o que marco em sua vida quando eu passo por vc?
O que os meus olhos confessam quando encontram com os seus?
Se eu deixo uma saudade boa pra lembrar, o que fica de mim? (...)

(Trecho da música "Voltei pra perguntar" - Pe. Fábio de Melo)


Adoro essa música do Pe. Fábio. Sua letra é perfeita. Ela me faz refletir o fato de que onde quer que passemos, independente de qualquer coisa, deixamos pedaços de nós na vida de alguém.

Às vezes são pedaços que mais parecem migalhas, de tão miúdos; outras vezes eles têm cheiro de amizade. Às vezes são pedaços grandes, como tijolos, e isso acontece toda vez que somos fardo na vida de alguém. Outrora, são lixo. Um lixo fétido, que até demora pra ser lançado fora. Algumas vezes apenas passamos pela pessoa, sem sequer dar um "oi", e só aquela presença temporária, o olhar, o sorriso ou a serenidade ficam de alguma forma.

Tem gente que passa e deixa perfume, flores, cores... Tem gente que passa só pra nos dar uma ajuda rápida com os livros que caíram no chão; depois somem de vez. Tem gente que passa, te olha e te chuta. E depois te olha caído no chão e te chuta de novo. Daí vai embora. E tem gente que passa e parece que bagunça a vida da gente toda, mas no final das contas, depois que a gente arruma tudo, percebe que se ela não tivesse passado a gente não seria melhor... A passagem é semelhante à de um tornado, e aquilo que a gente pensou que foi destruição, na verdade foi poda, pra que a gente pudesse aprender a viver a vida de outro jeito. De repente a pessoa nem era mesmo pra permanecer no meu cotidiano. Era só pra passar, e com sua passagem, cumprir sua missão na nossa vida.

Tem gente que marca, fica, fixa. Mesmo sem a gente saber o porquê, mesmo nem a outra pessoa sabendo que foi assim na vida da gente. E o tempo passa, mas a intensidade da presença permanece, mesmo na ausência completa. Mesmo sem ouvir a voz, sem olhar nos olhos, sem ver o rosto! Mesmo sem rir da cara do outro ou mesmo sem chorar juntos. O mais legal disso tudo é o jeito da gente ficar. Ou ficamos pela lembrança do olhar, do sorriso, da voz... do perfume, da música ou da comida preferida. O que fica de melhor são as lembranças de tempos que, embora não voltem mais, permanecem inalteráveis na memória de alguém que passou por você.


Paz e bem!
Mari

terça-feira, setembro 23, 2008

Tão humano, e tão divino!



Semana passada consegui o novo cd do Pe. Fábio de Melo, o "Vida". Achei que era um cd com músicas inéditas, e confesso que quando vi a relação das músicas, de cara, fiquei meio que decepcionada, pois eu não esperava regravações, ainda mais regravações de músicas que eu já tinha ouvido, reouvido e re-reouvido...


Pois bem, à medida que me pus a ouvir o cd, fui percebendo a forma impressionante com a qual o Pe. Fábio consegue ser Jesus na minha vida a ponto de fazer essas músicas do arco da velha ressoarem dentro de mim de forma tão diferente! Como ele metaforiza a vida de forma tão simples, humana, divina e perfeita! Não entendo o porquê. Não consigo entender. Letras e melodias que eu sei de cor há anos; velhas e conhecidas harmonias. Mas agora é diferente. A canção já entrou me transformando. Trechos que outrora passaram despercebidos tomaram significado, a interpretação tendeu à contextualização imediata. A cada frase, eu percebia uma libertação. Chorei muito. Percebi como tenho sido lapidada, e Pe. Fábio está sendo instrumento desse processo em meu viver.

Não tenho dúvida que Deus usa pessoas para alcançar outras. Deus fala no Pe. Fábio, canta no Pe. Fábio. Sim! Já vi, por tantas vezes, Deus chorando no Pe. Fábio... Vi Deus sorrindo por seu sorriso mineiro, desajeitado. Deus poetizando a partir de cada escrito seu; palavras transbordadas de um coração tão humano e tão divino. Vejo Deus nos amando a cada música sua, a cada pregação sua, a cada palavra de consolo ou de exortação, a cada olhar, a cada roupa bonita que ele usa, a cada sorriso desse homem filho do céu. E, embora ele cante que "Deus enxerga o profundo e ele insista em ver à margem", eu discordo; acho que ele tem o dom de ver além. Não fosse assim, ele não nos falaria tanto, sobretudo quando explicita a vida em seus contrários... que sabedoria há nisso!

Mas o que mais me encanta mesmo, é perceber que a presença de Deus nele é tão intensa e constante, que ele consegue falar de Deus e do Seu amor mesmo sem ser literal. Mesmo cantando músicas seculares ou poetizando versos que nem no nome de Deus toca. É onde o paradoxo do humano x divino se encaixa. Sabe por quê? Porque tudo depende do jeito que se quer enxergar as coisas...

Pe. Fábio é autêntico. Ele não precisa usar batina e crucifixo pendurado no pescoço, nem viver num convento, enclausurado, pra poder transparecer Deus. Ele é bonito sim, se cuida, malha, que mal há nisso? Não sei porque associaram beleza ao profano; existe um abismo bem grande entre se sentir bem, estar bem vestido, bem arrumado, e ser vaidoso. Beleza não quer dizer nada. Menos ainda a ausência dela quer dizer santidade. Estar em Deus não se condiciona à essas superficialidades. Deus olha a história de vida, o coração, a intenção. Pe. Fábio descobriu isso e tem nos revelado com singeleza e autoridade. Tudo mais, é mero detalhe que pode até ser levado em conta, mas não da forma que nós achamos que será levado. Sabe por quê? Porque nós temos a mania de achar de Deus pensa, age, sente e julga como a gente. Agindo assim, a gente subestima a magnitude e sobretudo a misericórdia dEle.
Sei que Pe. Fábio nunca vai ler isso, mas mesmo assim, peço permissão à ele para parafraseá-lo. Queria apenas dizer-lhe que "seu jeito finito de ser Deus me revela Deus, com seu jeito infinito de ser homem...". E queria agradecer-lhe por tudo.
Paz e bem!
Mari

sexta-feira, setembro 19, 2008

Análise


Cá fora as coisas são diferentes. Nem todo mundo nos ama, nem todo mundo deseja nosso bem. Nem todo mundo é igual à gente, nem igual ao que a gente tá acostumado a ver e a conviver. Nem todo mundo é confiável, nem todo sorriso é sinônimo de sinceridade e empatia, nem toda mão estendida tem intenção realmente de te levantar.

Cá fora faz frio e às vezes nenhum cobertor consegue esquentar a gente. Os tombos são muito feios, incomparáveis aos tombos no pé da mesa ou na pedra do quintal. Os tapas não são aqueles em forma de palmadas na mão ou na bunda, as bofetadas não são na cara, nem os puxões de orelha são pra nos corrigir. Não são palpáveis, não machucam a carne, e às vezes a gente preferia que fosse, porque porrada no corpo dói menos que porrada na alma.

Cá fora não há ninguém por nós, além de Deus e os pouquíssimos que nos amam. As noites parecem ser mais longas, os dias mais curtos. As dores são mais fortes e intensas, mas somente até nos acostumarmos com ela. Depois disso, parece que ela internaliza de tal jeito, que se torna parte de nós. A gente começa a entender o significado de muitas coisas que outrora passavam despercebidas por nós. Começa a dar valor ao professor de matemática do ensino médio, às ternas noites de sono, às tardes de bobeira na frente da TV, ao pai e à mãe, àquela cama macia e àquele almoço que, embora tivesse o cardápio repetido todos os dias, era o mais delicioso do mundo.

Cá fora a gente conclui que o mundo é cruel e que, como diz Sheakeaspeare, além de destruir várias coisas em nós, ele não pára pra que a gente conserte nada. Na marra a gente aprende que, mesmo quando fazemos alguma coisa levados pela intensidade do momento, temos que arcar com a responsabilidade de uma possível consequência, e isso é muito sério, já que voltar pra consertar depois é quase impossível. Aprende que a grande maioria das pessoas são egoístas, corruptas, invejosas, pretenciosas, e que a minoria, se não estiver presa ao olhar de Deus, tende a seguir o mesmo caminho. Cá fora a gente percebe o quão duro é ser adulto, e aprende que se a gente não conseguir gerenciar tanta confusão, a gente acaba enlouquecendo.

Cá fora a gente aprende o valor da presença e da ausência. Descobre que algumas pessoas são mesmo imprescindíveis, mas que outras, realmente, não fazem falta. E que ainda existem outras que precisam estar longe para serem sentidas de perto. Percebe que a vida é um eterno ir e vir, como disse algum poeta por aí; que amigos chegam e partem, alguns porque mudaram de cidade, outros porque não se fizeram pertencer à nossa cidade interior, já que não nos acrescentaram coisa alguma, nem contribuíram para a edificação do nosso interior.

Cá fora a gente se acostuma com a idéia de que nem todo mundo vai com a nossa cara de cara, e que o mínimo que a gente pode exigir do outro é respeito, mas sem certeza de que este nos será concedido. Aprende que as quedas fazem parte, e mais ainda: que elas são inevitáveis. Mas, relaxe! Depois da primeira, nossa atenção às pedras do meio do caminho tendem a redobrar... e não é que vai ficando cada vez mais difícil tropeçar de novo, mas sim, vai ficando mais difícil tropeçar na mesma pedra, o que não quer dizer que tropeçar na mesma seja impossível.

Cá fora a gente lida com coisas tipo saudade, um sentimento que até hoje eu não sei descrever direito. Saudade vai bem além da falta em si, ela bate lá naquele lugar que a gente não consegue apontar, sei lá, não tem explicação.

Cá fora, por vezes, a gente sente vontade de sumir, de ser abduzido ou voltar ao útero da nossa mãe nos dias em que nada dá certo, mas logo se toca que ET's não existem, teletransporte também não, e que, se for pra voltar a estudar física e matemática de novo, deixa quieto!
Cá fora a gente percebe que as crianças crescem e não há como conter isso nem preotegê-las por muito tempo daquilo que há de vir. Percebe que a gente envelhece e que, na verdade, quanto mais a gente vive, mais a gente morre.

Cá fora sem Deus, não dá. Ou a gente se perde, ou surta ou vegeta. Cá fora Deus tem que ser a razão de viver da gente, porque só Ele nunca decepciona, nunca condena, nunca muda, nunca nega consolo. Essa instabilidade do lado de fora perturba, incomoda, dá até medo. Mas, se Ele tá com a gente, cá fora vira cá dentro; e "cá dentro" é assunto pra outro post.

Paz e bem!
Marianne

quarta-feira, setembro 17, 2008

Depois da tempestade... a bonança!


Tempestades nem sempre causam apenas destruição. Basta um olhar mais atento pra gente perceber que depois dela sempre vem o estio. Aguçar a sensibilidade pode ajudar nessa percepção. Às vezes essa tempestade tarda a passar ou passa num piscar de olhos. Às vezes pode ser só uma chuva forte, ou pode vir acompanhada de relâmpagos, trovoadas e ventanias.


Tempestades quando chegam, mexem com tudo. Revolvem a terra, agitam as águas de rios e mares, arrancam árvores e telhados de casas... mas depois que ela passa, se a gente se esforçar, se não ficarmos parados olhando somente para os estragos, a gente consegue perceber a grama mais verde, os rios mais cheios, e as manifestações da natureza: as borboletas, os pássaros, as formigas saem de suas tocas... Apesar de irracionais, estes pequenos bichinhos exemplificados aqui sabem que não adianta ficarem olhando para os estragos causados pela chuva forte. Sem pestanejar, eles se põem a trabalhar, a colocar as coisas novamente em ordem, recomeçam porque, de alguma forma, eles percebem e se encontram nos contrários da vida...


Quem consegue enxergar que um remédio de sabor amargo, apesar do sabor amargo, traz a cura, que a dor do parto, apesar de intensa, traz uma vida ao mundo? E quem diria que a morte de Jesus nos traria a vida! Quem poderia prever tal antítese?

Nosso problema é dar atenção demasiada à tempestade mesmo depois dela já ter passado. Vivi isso essa semana e, por pouco não deixei passar a graça de uma enorme cura na minha vida. Depois que tudo passou, percebi que a tal chuva torrencial que eu julguei tão danosa, levou consigo alguns entulhos interiores que minhas próprias forças não conseguiam remover. Deus precisou usar da agonia, mesmo que momentânea, para me purificar um pouco. E eu dou graças à Ele porque Ele me deu sensibilidade suficiente para perceber isso e não me prender no estrago interior que a tempestade me causou.


Nada é em vão. Nem a nevasca que atordoa seu coração. Nem mesmo aquele chuvisco que, mesmo fininho e sutil, não passa nem um minuto. Até o pior furacão tem o seu porquê na nossa vida. Quero sempre estar atenta à perceber o que vem além de tudo isso. Mas, de uma coisa eu estou certa: tudo passa! Um dia passa. Pode demorar, mas passa.


Paz e bem!
Marianne

domingo, setembro 14, 2008

Cara...! Ele disse tudo!

Passei há pouco no orkut de Dan (um colega que fazia Química na época eu que eu fazia Bio) justamente pra pedir um help em química, quando me deparei com esse texto, supostamente escrito por Arnaldo Jabor (digo "supostamente" porque texto que circula na net e que tem tom de crônica sempre é atribuido à ele). Portanto, não sei se é realmente dele...). Fiquei encantada com o teor dele e resolvi postar aqui, porque eu concordo com tudinho, em gênero, número e grau! Acho muito válido ler, reler e refletir sobre tudo isso! Então, Arnaldo, se esse texto é realmente de sua autoria, congratulations!!!


RELACIONAMENTO


"Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa: - 'Ah, terminei o namoro...' - 'Nossa, quanto tempo?' - 'Cinco anos...Mas não deu certo...acabou' - ?É não deu...? Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores. Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro? E não temos esta coisa completa. Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é malhada, mas não é sensível. Tudo nós não temos. Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.

Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona... Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate...se joga...senão bate...mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta.


Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não lute, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não. Existe gente que precisa da ausência para querer a presença. O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família? O legal é alguém que está com você por você. E vice versa.


Não fique com alguém por dó também. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.


Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? Gostar dói. Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo. E nem sempre as coisas saem como você quer... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível. Na vida e no amor, não temos garantias. E nem todo sexo bom é para namorar. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar. Enfim...quem disse que ser adulto é fácil? "



Arnaldo Jabor

quarta-feira, setembro 03, 2008

Sobre átomos e Deus...


Hoje na aula de Química Geral, quase cochilando diante do assunto que estava sendo desenvolvido pela professora [e diante do fato de eu não estar entendendo muita coisa], um rápido pensamento me passou pela cabeça. Era uma aula sobre Teoria Atômica. A professora falava de forma enfática e entusiasmática [desculpem a redundância] sobre os modelos propostos por alguns cientistas da época para explicar a existência e o comportamento dessa partícula que, na verdade, ninguém nunca viu. Dalton, Bohr, Rutheford, Einstein. Todos eles concluiram alguma coisa utilizando números, fórmulas e muita, muita imaginação.

Passei metade da aula tentando então compreender a existência do tal átomo, do seu comportamento dúbio (energia e matéria), dos tais elétrons, prótons, nêutrons e quarks, dos orbitais eletrônicos, números quânticos e blá blá blá. Diante das constantes propostas pela professora que explicava a massa do bichinho [coisa pouca, tipo -5 x 10 elevado a -11] eu comecei a entrar em crise atômica, e não conseguia acreditar na existência dele. Como algo tão pequeno poderia existir e portar tanta energia, como ela mesma [a professora] dissera? Ninguém nunca viu um! Saí da aula comentando com algumas colegas sobre o meu ceticismo acerca dos átomos [e nem se fala sobre elétrons também], enquanto elas riam. Mas, eu não me contentava, eu tinha que acreditar neles, afinal como eu vou estudar química até os últimos dias da minha vida sem ter certeza que os bichinhos existem mesmo? Seria como frequentar uma religião sem acreditar no que ela doutrina. E foi a partir desse pensamento que, então, veio uma coisa nada haver - completamente nada haver - com os átomos.

Muita gente não acredita em Deus, porque não O vê. E muita gente acredita nos átomos , mas não acredita em Deus! Eu acreditava em Deus, mas não nos átomos. Busquei motivos que me faziam crer em Deus mesmo sem vê-Lo. E encontrei infinitos. A vida, as flores, os pássaros, a música... o sol, a lua, o sorriso de um bebê... as mães, as frutas, o amanhecer e o pôr-do-sol. E em tantas outras coisas é possível perceber a existência de um ser supremo como Ele. Comecei a procurar razões que me levassem a crer na existência de uma coisa tão pequena, e encontrei a eletricidade, o microondas, os aparelhos de raios-X, de ressonância magnética, a televisão, o computador. E no fim do dia cheguei em casa convencida que átomos existem. E que nem sempre é preciso ver alguma coisa para poder crer na existência dela. Basta um pouco de boa vontade para olhar ao redor e perceber sua presença.

Paz e bem!
Marianne