quinta-feira, março 29, 2012

Exato e real.



E no meio da madrugada...


- O que você sente por mim é exato?

Ele abaixa a cabeça com o violão no colo, levanta a mesma em seguida, olha pra ela com aquele olhar que desarma qualquer ser vivo desse planeta e diz:

- Tão exato quanto real...





╰☆╮ Mari Teixeira ╰☆╮

quarta-feira, março 28, 2012

Sobre o amor.


Amar não mata! nunca vi ninguém morrer disso, pelo contrário. O amor, mesmo quando não correspondido, mesmo quando conduz ao sofrimento, quando dilacera a alma, nunca vai deixar de ser a coisa mais sublime e mais essencial dessa vida. O amor é tão perfeito que, se por vezes nos faz afundar, também nos salva; basta que tenhamos calma para, em meio ao naufrágio, reencontrá-lo - em si próprio ou, de repente, em outro alguém. A falta dele também não mata, não... mas nos resume a cultivar uma existência, e não uma vida. E não existe nada mais triste nessa vida do que vê-la passar por nós sem que tenhamos passado, de fato, por ela. É como ter um coração batendo, mas não poder entender o porquê de tanto 'tum-tum-tum'. É como andar pelas ruas e pelas calçadas em coma; só um corpo perambulando, movido por milhões de moléculas de ATP. É vazio demais, tão vazio, que o nada se confunde e se faz tudo dentro de quem opta por esquivar-se dele. Um tudo de nada. Volume de vácuo. Sepulcro do amor.

segunda-feira, março 26, 2012

Tão nosso.


 ♫ "... Te colocar sobre as minhas asas
Te apresentar as estrelas do meu céu
Passar em Saturno e roubar
 o seu mais lindo anel... " 

Banda Eva

Impossível arrancar daqui esse sentir. Tão impossível quanto foi me blindar de você. Tentativa vã que uma sentimental de carteirinha resolveu realizar. Às vezes, uma leve amnésia me impede de lembrar que não consigo enganar a mim mesma assim, tão facilmente. E é só você chegar pra eu me pegar em você numa dança deliciosa de dois corpos que se precisam. Duas almas musicistas que se dedilham e arrancam, uma da outra, sons inimagináveis - além das roupas.  Ouço essa música, lembro da gente, de você cantando ela pra mim ao mesmo tempo que me amava da forma mais completa que um homem pode amar uma mulher . Difícil tirar da cabeça nossos momentos. Ouso dizer que são todos lindos... sempre! Sem exceção. São tão únicos e intensos que não conseguem se perder no instante seguinte, e muito menos cabem no ínfimo passado que nasce pra nós, a cada piscar de olhos. São nossos. Só nossos. Eu os eternizo em cada nota das músicas que elejo pra ninar nossa troca de olhares, de beijos e carícias, de sorrisos e confissões, de fluidos e ápices, em cada segundo que o ponteiro do meu relógio marca, em cada fragmento de tempo que colho enquanto você me faz feliz. E te guardo, bem aqui, no quentinho do meu coração tão astuto, mas ao mesmo tempo tão bobo, sobretudo quando o assunto é essa coisa de ser de alguém: ele não sabe fingir, e ainda se perde em si quando tenta ser pela metade. E torço pela perpetuação desse hoje. Tão seu, tão meu, tão nosso. Assim seja...

~ Mari Teixeira ~

domingo, março 25, 2012

Infinito.


Eu adoro cada faísca de sorriso que tua alma emite quando encontra a minha. Cada jeito que você me olha, cada olhar que se ajeita a cada momento nosso, cada momento que ecoa e reverbera, mesmo quando o relógio anuncia seu fim. Adoro sua capacidade de me ler ainda que eu não tenha escrito absolutamente nada. Essa maneira de entrar em mim sem que eu perceba e de saber ficar sem ter que me deslocar de mim mesma ao se acomodar nos meus interstícios. Amo mesmo essa sua mania de deitar no chão da minha existência, se espreguiçar, me dar um, dois, três, mil beijos, e de me completar por inteiro; você já faz parte de mim. Adoro sentir o latejar insano do meu coração ao encontrar o seu, e até o frio na barriga que dá toda vez que penso em te ver - ou em te perder. Amo cada acorde de violão, cada frase de contrabaixo, cada nota do teu cantar, cada madrugada que tenho passado debruçada no corpo teu, cada grama do teu corpo esquecido no meu, cada mililitro de suor que transborda dos nossos poros. Amo essa sensação de vida que morrer afogada em teu suor me proporciona. Adoro a felicidade que você me traz, todos os dias, na garupa da sua moto, embrulhada em cada gesto, em cada toque, em cada vocábulo, em cada pedacinho de você. Entende agora? Eu adoro cada célula do seu corpo. Te adoro trilhões de vezes, então. Mas, trilhões, não sei contar. E mesmo que soubesse, provavelmente passaria a vida inteira a fazê-lo. Só que eu não tenho mais a vida inteira, por isso tanta sofreguidão. Te adoro elevado à décima infinita potência... Te quero. Te espero. E me predisponho a viver a eternidade em cada segundo. Enquanto o nosso sempre durar.

~Mari Teixeira ~

sexta-feira, março 23, 2012

A última madrugada sem você.


E, de repente, às três da manhã, eu me peguei gritando com o vazio que você deixou na minha cama, pedindo, insistentemente, pra ele dar o fora. Ele não quis sair. Ou teria sido você que não quis voltar? Rouca, tento adormecer. De vontade de você e de cansaço - necessariamente nessa ordem. Lembrei-me da última vez que adormecemos juntos, cansados, depois de eu ter matado a minha vontade em você, e de vê-lo saciado por tê-la matado em mim. Envolta em teus braços, colada em teu suor, um sorriso bobo estampado na cara, tua respiração na minha nuca, teu cheiro no meu travesseiro e os dedos da mão cruzados, implorando à noite que não se convertesse em dia, aos ponteiros do relógio que retrocedessem e ao tempo que parasse pra que a minha alma pudesse saborear  a tua por mais alguns instantes, antes que a aurora anunciasse a hora de você partir.  Foi de repente, tão de repente quanto você destampou na minha vida, que eu me vi vivendo a ignorância de viver sem você, e que eu consegui enxergar de perto a probabilidade de sonhar de novo todos os sonhos que tanto sofrimento obrigou a adormecer. Já são cinco da manhã. O sol aponta no horizonte e eu ainda te sinto, embora, agora, seja o tal vazio que esteja gritando bem do lado meu. Sorte minha ter um fone de ouvido que comprei na última grande liquidação das Lojas Americanas, e que vive jogado no chão frio do lado direito da minha cama. Delícia ter teu cheiro impregnado em mim. Azar - puro azar - de quem nos perdeu. Feliz, por meu sorriso ter a companhia do seu...

~Mari Teixeira ~

quinta-feira, março 22, 2012

Só meu.



Você não sabe como eu esperei, em silêncio, pelo dia que eu pudesse dizer, com orgulho no olhar e certeza no coração, que você é só meu. Mas você não imagina, não tem noção, da sensação maravilhosa que percorreu meu corpo quando você, olhando dentro da minha alma, replicou, sem pestanejar: "e você é só minha"...



╰☆╮ Mari Teixeira ╰☆╮

quarta-feira, março 21, 2012

Dádiva.


♫ " E que o nosso amor pra sempre viva, minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será
Palavras apenas, palavras pequenas
Palavras, momentos..." 

(Nando Reis)

Dividir as alegrias e as conquistas com alguém...
Ter em quem pensar quando acordo e quando me deito...
Ter bem sedimentada uma certeza interior de poder contar com alguém pro que der e vier...
Sentir saudade e saber que posso matá-la...
Respirar o ar da reciprocidade...
Ligar depois do almoço e ouvir um "adoro você", seguido de uma voz dengosa e sonolenta...
Receber e dar carinho, sem moderação...
Voltar a sonhar todos os sonhos, novamente...
Eu tava realmente precisando disso... eu tava, realmente, precisando de você!

╰☆╮ Mari Teixeira ╰☆╮

terça-feira, março 20, 2012

Fato(s).


Você acorda com uma dor de cabeça do ca#@%*&, com uns pedreiros malucos fazendo um barulho descomunal bem em cima do seu quarto, se vira pro despertador do celular desejando ter um AR-15, e descobre uma mensagem que te mandaram exatamente às 09:04hs ... Aí você sorri e conclui (mais uma vez) que vale muito a pena viver...  que a dor e o barulho dos pedreiros malucos, o despertador frenético do seu celular e todas as outras coisinhas do mundo, ditas "incomodáveis", perdem todo o peso pelo simples (e belo) fato de alguém existir, de fato, em sua vida. 


~  Mari Teixeira ~

quinta-feira, março 15, 2012

Era uma vez.


Era uma vez . . . só uma vez. Era pra ser só uma música. Só uma conversa. Só um abraço, só um beijo. Sem pluralidades. Mas, quem é que controla a multiplicação dos momentos quando as almas se imploram? Quem é que dita as páginas do destino? Quem determina os caminhos do acaso? Quem é que grita no ouvido da razão pra ela dar o fora, sem remorso algum? Ordinariamente, nem era pra ser. Mas aí, de repente, sem necessariamente existir lógica alguma embutida, o infinitivo se transforma em gerúndio, e está sendo. E eu concluo que já era, mais uma vez . . . Era pra ser, assim, desse jeito nosso, único, puro, altamente melódico, harmônico, inundado de claves e notas, pautas e cordas, madrugadas e detalhes, sentimento e vida, além de tudo e de todos; tem jeito não, era pra ser exatamente assim: eu e você.

~ Mari Teixeira ~

terça-feira, março 13, 2012

Cedo.


Descobri cedo o quanto sua ausência é volumosa. De fato, havia pouquíssimo tempo que a cola dos nossos corpos havia se liquefeito; horas, talvez. Mas ainda assim eu ouvia o gritar de cada segundo que o relógio redondo da cozinha teimava em lentificar, fomentando ainda mais a expectativa de me enxergar no seu olhar, mais uma vez. Descobri cedo,  tão cedo quanto eu abro a porta pra você ir embora da minha casa e abri as portas de mim pra você entrar. Um cedo tarde, mas com cara de aurora, e não de crespúsculo. Medos que nascem junto com o sol. Mistura terna de sentimentos e sensações, e a certeza do presente que o presente tem nos dado: um ao outro. Inusitadamente, nós.

~Mari Teixeira ~

domingo, março 11, 2012

Fluidos.


Fluindo. Como um rio. Inundando. Ora fluido, ora intangível, mas, sempre concreto. Quente. Diferente. O sangue não chega a verter, mas viaja o corpo inteiro a mil por hora. A saliva não se contém na boca e escapa rumo à superfície dos corpos, via beijos e afins. O suor se gasta, e a gente se desgasta e se afoga nessa mistura nossa, ratificando tanta sintonia. A gente se derrete e se refaz, se desdobra nos detalhes, nos olhares, e abstrai todos os pesares pra viver um futuro manifestado no agora: você e eu. Almas que se tocam. Não existe noção alguma sobre aonde vai parar - se parar. Só existe a gente e a nossa soma, incapaz de subtrair um segundo disso tudo. Do nosso agora. Só nosso.

quinta-feira, março 08, 2012

Velha demais pra brincar de esconde-esconde.



Passando pra pedir desculpas por não querer mais satisfazer determinadas necessidades de realização pessoal dos outros em mim. Nem brincar de esconde-esconde. Velha demais pra isso. Inclusive pra brincar de viver. Jovem demais pra deitar no chão da existência, e aceitar, calada, as ordens da gravidade. Num mundo onde se prefere gastar muito mais energia - e tempo - em debruçar-se na janela do outro a debruçar-se em sua história, onde a coisa mais rara é enxergar os dois lados de uma moeda  (e da vida), onde burlamos um torcicolo pelos erros do outro, mas não gastamos uma sinapse pra entender ninguém, assistir ao derreter de padrões é, realmente, algo desalentador. Em pleno reinado da incoerência, clamamos por reeleição e não cansamos de elogiar os modelitos da primeira-dama hipocrisia. Idolatramos cortinas e máscaras como se um dia elas não fossem cair por si só; mentiras apodrecem; venenos matam, e corpos mortos sempre emergem à superfície: um dia tudo vem à tona. Pra que se esconder de si? Nem sei por que resolvi pedir desculpas, posto que tenho consciência de que não preciso disso, assim como não preciso de tantas outras coisas, mas, no entanto permito que elas cheguem a mim. E se a granada explodir, eu tenho peito pra assumir que quem puxou o pino fui eu. Isto é, se eu puxar o pino...   

~ Mari Teixeira ~

terça-feira, março 06, 2012

Espelhos.


Se te assustas comigo, compreendo. 
Não deve ser mesmo tão fácil se
deparar com silêncios que gritam, 
com almas que se materializam,
e muito menos com imagens que 
pulam do espelho...

~ Mari Teixeira ~

sábado, março 03, 2012

Sentidos.



Ouviu a voz, olhou nos olhos, tocou a pele, sentiu o cheiro, experimentou o gosto, e, por fim, afundou... Mergulhou numa espécie de stand by da alma. Multiplicou seus labirintos. É. Foi depois de treinar seus sentidos nele que ela se perdeu de si.

~ Mari Teixeira ~

quinta-feira, março 01, 2012

Ligando.


Ligando pra gastar o bônus do meu celular. Sabe como é né? Essa operadora rouba, rouba da gente... não dá pra deixar nem um centavo pra ela. Mas, além disso, tem muito motivo embutido nesse ódio mortal que eu nutro pela minha operadora e que eu tento transferir pra você, sem êxito (ainda). Tô ligando pra tentar romper isso que nos liga. Pra pedir que você se perca de mim já que você insiste em me encontrar toda vez que tento me perder de você. Que vende os olhos, dê várias voltas em torno de si e abrace sua circunstância com toda a força pra não espatifar, tonto, no chão; que crie ímãs e se ligue, definitivamente, nela. Que fure os bolsos do coração, crie coragem pra chorar de saudade de mim, invente um Alzheimmer, sei lá, você é inteligente o suficiente pra encontrar uma forma de me deixar ir de você. Que apague aquela música que eu cantei e você gravou no seu computador, porque as lembranças são as coisas mais fomentadoras de sentimentos que eu já vi nessa vida. Que você tem treinado o meu poder de racionalização como ninguém, e por isso, sou grata. Que meu cabelo novo ficou lindo... e que é uma pena você não ter visto ao vivo. Tô ligando pra te pedir pra compreender de vez que quando disseram por aí que um é pouco, dois é bom e três é demais, não estavam somente se referindo às proles; isso funciona perfeitamente com a gente também. E, aproveitando a deixa dos ditados populares, pra te dizer que tudo que é demais é sobra, resto, e é assim que você faz com que eu me sinta quando escolhe a clandestinidade pra me confessar suas confusões ou pra me ter. Ligando só pra dizer que eu tô bem, bem mesmo. Que rola uns friozinhos na barriga quando a janelinha do msn sobe, mas logo passa. Tudo passa, meu bem. Me deixa passar por você...

~ Mari Teixeira ~