sexta-feira, dezembro 28, 2007

Feliz Ano Velho


Desculpem-me, caros blogueiros, mas eu não ando muito à vontade para desejar feliz ano novo a ninguém. Nesse último mês tive um déficit significativo no quesito 'esperança', de modo que, do novo ano que se aproxima, não espero nada, além de que eu continue viva.

É estranho, mas eu tenho a leve sensação de que os 'anos velhos' foram bem melhores do que os 'anos novos'. Os anos mais antigos da minha vida me são mais significantes do que os recentes. Talvez um dia, quando esses anos recentes se tornarem antigos, passem a ser tão significativos na minha vida. Mais uma vez, volto a me sentir culpada por pensar assim, já que em 2007 não me faltou saúde, nem momentos alegres, mas a velha satisfação, aquela que me era tão comum há 10 anos atrás, anda distante de mim.

Paz e bem,
Marianne

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Inverno prorrogado

Faz tempo que eu não choro. Mesmo diante de tudo que ando passando, mesmo com esse constante nó na garganta , mesmo com essa angústia que não teima em passar, não consigo chorar. Parece que minhas lágrimas petrificaram. A dor é tamanha dentro de mim, que dói até chorar. Dói pensar, dói tudo. Por isso eu prefiro dormir. Alivia, faz esquecer. Mas, não me engano. Esse meu estado é preocupante. Lágrimas petrificadas supõem que o inverno interior permanece, e tem se tornado cada vez mais rigoroso. Espero não me tornar uma pessoa amarga e fria.


Paz e bem!
Marianne

terça-feira, dezembro 18, 2007

Então... já é Natal!

Fim de ano. Já estamos às portas do Natal. O tempo anda passando rápido demais, nem parece que 2007 começou ontem, e agora já finda.

Eu até que gosto da época do final de ano. O clima é legal, as ruas ficam bonitas, enfeitadas de toda forma, cheia de luzes e piscas-piscas. Mas, quando chega o dia de Natal, instaura-se em mim uma tristeza sem fim. Fico melancólica mesmo, angustiada. Eu sei que é a data que simboliza a chegada do Salvador ao mundo, e isso muito me alegra e me traz esperança ao coração. Mas o desenrolar dos dias que antecedem o Natal, são extremamente tristes.

Confesso que o Natal deixou de ser Natal pra mim faz anos, desde quando eu comecei a perceber que a hipocrisia e a maldade, disseminadas durante todo o ano se camuflam diante do nascimento do menino Jesus, dos enfeites, dos presentes, e se ofuscam diante da iluminação natalina. Sem falar nos discursos de fraternidade, paz e amor, que, temporariamente, tomam a mídia, os outdoors, e a boca de todo mundo. Me sinto mal em saber que o Natal perdeu e vem perdendo o seu significado ano após ano. Virou sinônimo de banquetes e presentes... Descobriram que é a época ideal para a disseminação do consumismo e do comensalismo sem limites. E no meio disso tudo, o real sentido do Natal se perde, fica escondido. O pequeno menino Jesus se perde no meio das palhas da sua humilde manjedoura. A gente passa por ele nas ruas, nos becos, nas portas dos supermecados... ou Ele até bate em nossa porta e nós, ocupados demais com o presente do amigo oculto ou com o cardápio da ceia, não o damos a devida atenção.

A roupa vermelha e branca do papai-noel já não me encanta mais há muito tempo, aliás, eu não gosto muito dele por ser uma figura criada em prol da burguesia capitalista. Um sujeito que se denomina "bom velhinho", mas que passa longe das favelas e dos mendigos, dos pobres e miseráveis. Um cara que só frequenta as chaminés daqueles que detém algum poder aquisitivo. Uma realidade que vai de encontro à festa cristã que iremos celebrar.

O Natal já bate às portas, e eu gostaria apenas de pedir ao Jesus que nasce, que Ele possa aumentar minha fé que anda tão desgastada. Quero pedir à Ele que cuide das pessoas que mais precisam dele, e acho que nem precisa eu pedir, pois tenho certeza que são os lugares onde Ele se faz mais presente, lá, onde habita a humildade e a pobreza, onde moram os seus filhos que sofrem e sofrem por causa da desigualdade disseminada pelo nosso sistema. Mas, vou reforçar o pedido...rs! Quero ainda desejar um Natal cheio de paz. Que as possíveis reconciliações sejam pra valer, que durem, pelo menos, até o próximo (rsrs), e que possamos enxergar na simples mangedoura, o real significado do Natal, e mais ainda, o real sentido da vinda do Salvador ao mundo!


Paz e bem,
Marianne

sábado, dezembro 15, 2007

Ainda em crise existencial

Essa noite eu não dormi. Quer dizer, dormi. Mas era um dormir estranho. Depois de me atolar no PC até as 2 da manhã, completamente sem sono, deitei para tentar descansar o corpo e a alma, mas não obtive tanto êxito. É estranho ter que descrever isso, mas eu vou tentar. Era como se eu estivesse dormindo, mas ligada, com um mínimo, muito mínimo mesmo de consciência. Tanto que até o zumbido de um pernilongo frenético me fazia despertar. Mil coisas na cabeça. Nem os sonhos são diferentes daquilo com que eu ando me preocupando ou vivendo. Acho que entrei em crise de ansiedade de novo.

Acordei, graças à Deus, para mais um dia de vida que tem tudo pra ser diferente dos outros 320 e poucos desse ano de 2007. Lembro que antes de tentar adormecer essa madrugada, pensei que deveria parar de pensar muito nas coisas e viver... aproveitar o dia, o hoje, enfim, esse meu discurso que eu luto pra pôr em prática todos os dias, mas nem sempre dá... eu até tava aprendendo a fazer isso, aliás, esse ano aprendi muita coisa, mudei mais nos dois últimos anos do que durante a minha vida toda. Mas, que droga, logo o dia amanhece e os pensamentos e sentimentos de angústia e ansiedade voltam a me tomar. Sou refém de mim mesma. E fica até parecendo que eu não tô aberta a negociação, mas não é verdade. Se meu travesseiro lesse meus pensamentos e falasse, bem saberia o quanto ando me esforçando para sair dessa crise existencial. Todas as noites, na hora de dormir, faço uma análise geral do meu dia e da minha vida, e traço metas para ser melhor. Porém, confesso que te às vezes me pego a pensar que vai ser assim pra sempre. Que a gravidade, como citou minha amiga Ana, vai agir sem piedade por mais um bom tempo. Diante da falta de força, eu sou tentada a me resignar. Cair na conformação talvez seja um dos piores estados do ser humano. Tenho medo de fica assim pra sempre...


Termino parafraseando Caio Fernando Abreu, trecho ímpar, capturado de um blog durante minhas navegações noturnas. Ela é a forma mais perfeita que encontrei para terminar esse post.


Paz e bem,

Marianne


"E se eu mudasse meu destino num passe de mágica? (...) Estranho, mas é sempre como se houvesse por trás do livre-arbítrio um roteiro fixo, pré-determinado, que não pode ser violado."

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Já quis muito ser perfeita... hoje, quero apenas ser possível!


A cada dia que se passa me convenço que a vida é, na verdade, uma belíssima experiência que Deus nos proporciona, a fim de nos fazer compreender que nada é perfeito ou exato, nem nós mesmos, por mais que acreditemos ou que tentemos ser. É paradoxo. Nela, existe um ápice de perfeição que imediatamente converge para a imperfeição. Observe as ligações químicas que formam moléculas essenciais, a reprodução celular, os ciclos vitais, as flores e frutos, as quase infinitas espécies animais, as diversas reações aos mais variados estímulos... Observe a complexidade dos órgãos do nosso corpo, dos raciocínios e das ciências desenvolvidas a partir da inteligência humana. Tudo isso se desfaz, perde o sentido de perfeição diante de um átomo fora do lugar, de uma célula defeituosa, de um erro metabólico, de uma forma errada da expressão ou absorção do real.

A cada dia que se passa me convenço mais ainda que a felicidade é feita de pedaços que a gente vai juntar no fim da vida para, enfim, concluir se fomos felizes ou não. Se fomos felizes, ótimo. Se não fomos, não resta-nos nada além de morrer.

Paz e bem, Marianne

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Amor perfeito


Príncipes e castelos só existem em países monárquicos; cavalos brancos, em haras e fazendas. O final feliz a gente escreve a cada dia, reunindo bons momentos, aproveitando o tempo que não volta mais, valorizando os pequenos gestos, utilizando as crises pra crescer. Pe. Fábio diz que não existe pessoa ideal e sim, pessoa certa. Às vezes o abismo que separa o nosso castelo dessa pessoa certa é a gente quem constrói. Às vezes a pessoa certa anda do lado da gente, mas a gente acha que é um sapo. Basta um olhar mais atento. Quem sabe? Não custa tentar!