terça-feira, outubro 21, 2008

Dona Ana Cristina: mais uma Pietà...


Deus realmente dá o frio conforme o cobertor. Tudo que nos acontece, por mais duro que seja, acontece porque Ele permite e sabe que suportaremos. Isso é muito difícil de compreender, porque na maioria das vezes enxergamos os acontecimentos puramente com os olhos da carne. Contudo, acho que com as mães, "mulheres de aço e flores" (como diz Pe. Fábio) que existem por aí, acontece diferente.

O post de hoje é curto. Surgiu de forma repentina. Não acompanhei nada do sequestro da menina de Santo André, soube apenas no sábado de toda a história. E hoje pela manhã, quando entrei no site da globo.com para poder tentar ficar por dentro das notícias (porque assistir telejornal ficou praticamente impossível), me deparei com um vídeo da declaração da mãe da menina. E confesso: humanamente, não consigo entender tanta resignação.

Queria ter a fé daquela mãe. Além de dizer que perdoou o algoz de sua filha, completou sua declaração: "...talvez Deus tenha feito isso para dar vida à outras 7 pessoas...". Senti forte a presença de Deus naquela mulher que tinha todos os motivos para gritar, esbravejar, chorar, estar entupida de tranquilizantes, pedindo aos prantos, a morte do psicopata que lhe tirou tudo, mas optou por ficar aos pés do caixão de sua filha, como Maria ficou aos pés da cruz de Jesus. Por isso ilustrei o post com a escultura da Virgem de Pietà, de Michelangelo. Tal qual Maria, Dona Ana Cristina chora, mas chora em paz. Chora porque é humana, mas lá dentro tem certeza que a ressurreição de sua filha já é realidade, mesmo que essa ressurreição aconteça na vida de outras 7 pessoas que ela nem conhece. Chora porque vai sentir saudade, mas encontra em Deus forças maiores para superar sua dor.

Em tempos de stress, de desespero, em tempos de pouca esperança, muita revolta e medo, as palavras de Dona Ana Cristina demonstram-nos que ainda existem pessoas de fé no mundo. Ela é um exemplo de fé e sabedoria a se seguir. Conseguiu enxergar os contrários da morte de sua filha. Não enxergou apenas a solidão, a dor, o fim de tudo; mas em sua entrevista coletiva, pôde demonstrar que conseguia ver além da cortina escura que a vida colocou à sua frente; conseguiu superar a cegueira característica daqueles que têm uma espada transpassada pela alma; conseguiu ver ressurreição diante do fim, e o que mais me tocou: conseguiu perceber o recomeço de 7 vidas na morte de sua filha.

Dona Cristina me ensinou muita coisa hoje sem nem saber. Seu olhar sereno envolto em uma dor profunda e contrita que somente ela e Deus podem ter noção... e por outro lado, muita paz dentro de si. Me faz sentir vergonha das pequeninhas coisas das quais reclamo, esbravejo, brigo com Deus... Me faz perceber que o meu sofrimento é uma gotícula de água comparado ao dela. Me fez ter coragem de ser mãe para, quem sabe, me tornar de aço, e não continuar sendo apenas "de flores"; as flores murcham, mas o aço nunca enferruja... E mais ainda: me faz entender que fé não é sentimento: é decisão!



Paz e bem!
Marianne

segunda-feira, outubro 20, 2008

Cada dia mais seleta... (se é que essa palavra existe...)


Sim. Ando cada dia mais seleta. Não porque sou melhor do que ninguém. Longe disso. Mas tenho buscado pessoas que me ajudem a ser melhor e não pessoas que me ajudem a pecar mais ainda do que já peco. Pode até ser que essas pessoas que andam aparecendo sejam "oportunidades" de exercício do cristianismo. Mas é que já tentei exercitar tanto, que ultimamente ando cansada de tentar exercitá-lo por questões um pouco óbvias: cansei de ser a palmatória do mundo. Então, para evitar maiores atritos e atitudes ditas anti-cristãs, prefiro ficar assim, como estou. Tipo, você pra lá e eu pra cá. Afinidade também é um tipo de química. Se não rolou até agora, é bem provável que não role mais. Ainda mais quando algumas atitudes confirmam tal ausência.


E falando em ausência... Queria aproveitar o ensejo para falar outra coisa (nada haver como o parágrafo anterior!). Ando muito ausente de alguns amigos. Lu, Maurílio, Su, Ana, Poli, Adri, o pessoal do ministério... não pensem que os esqueci, nem muito menos que o comentário acima é pra vocês, pelo amor de Deus (rsrsrs)! Sinto saudades das horas de papo no msn, de tocar com vocês, de sair nos finais de semana, de passar horas conversando no colegiado... Mas, eu tô aí ralando... na lida!!! Minha vida anda corrida mesmo, e aquela história de que "só não tem tempo quem não quer" não tá funcionando comigo não. Deus sabe como estou rebolando pra tentar dar conta de tudo, e ainda assim nem sempre consigo, sempre fica uma lista de exercícios de cálculo pra alguém colocar meu nome, ou coisa parecida. Gostaria que soubessem que eu lembro sempre de vocês e sinto falta. Não pensem que eu tô tirada porque voltei a ser estudante (grande coisa!!! ahsuahsuahsuahu) viu??? Espero que nas férias eu possa voltar a desfrutar de vossa companhia como outrora (uhh! q bunitu que ficou... rsrs!!!).


Paz e bem!
Marianne

sexta-feira, outubro 17, 2008

Um pouco de sabedoria divina...



"Eu não sei se Deus estará muito preocupado com esse monte de coisa que a gente costuma achar que o agrada. Eu acho q Deus está de olho mesmo é no tanto que a gente ama. Porque é o tanto que a gente ama que modifica o mundo. É o tanto que a gente se doa em pequenas partes, em pequenos gestos, é que faz a diferença na vida das pessoas. Pode observar: não é o tanto de vezes que você foi à missa, que você se confessou. Pode ser que isso não altere em nada a ordem das coisas. Mas é o tanto que a gente ama, é o tanto que a gente perdoa, é o tanto que a gente olha nos olhos, é o tanto que a gente não desiste! É o tanto que a gente preserva a vida nas pequenas coisas."
(Pe. Fábio de Melo, Cristo é o Show, 2008)

segunda-feira, outubro 13, 2008

Se eu pudesse viver minha vida novamente...

Muito minha cara esse texto... nem preciso tecer maiores comentários...


"Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros.

Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Seria mais tolo ainda do que tenho sido; na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.

Seria menos higiênico. Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto de sua vida. Claro que tive momentos de alegria. Mas se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos.

Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos; não percam o agora.

Eu era um daqueles que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas; se voltasse a viver, viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono.

Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente..."


(Autoria discutível. Poema atribuído ora a Jorge Luiz Borges, ora a Nadine Stair.)

terça-feira, outubro 07, 2008

Por que as pessoas se casam?


Por que as pessoas se casam? Por que, um dia acordam e decidem morar sob o mesmo teto, compartilhar sabonetes e histórias, emoções, despesas e famílias? Por que sobem a um altar, se submetem a um padre, pastor ou juiz e a "n" testemunhas a fim de repetir um diálogo pra lá de mecânico, embora repleto de conteúdo?

Penso que, a priori, as pessoas se casam porque estão apaixonadas; porque um dia seus olhares se cruzaram, a onda bateu, o beijo encaixou, e ambos chegaram à conclusão que a vida fica bem melhor com o outro por perto, de preferência, bem perto. Talvez porque querem passar mais tempo juntos, dormir juntos, almoçar juntos, assistir a um filme às 2 da madrugada sem ter que se preocupar em voltar pra casa tarde, acordar juntos num domigo às 10 da manhã sem culpa. Porque se sentem bem na presença um do outro, porque pretendem ter filhos e formar uma família. Porque as dores e os problemas constumam ficar menores quando existe alguém pronto a compartilhá-los, as quedas costumam ser mais brandas, e as alegrias se eternizam no sorriso iluminado do outro. E se casam pensando que vai dar certo!


As pessoas também se casam pra poder sair de casa, por impulso, por dinheiro, por medo de ficarem sozinhas, por status, por coação ou por gravidez. Outras se casam por uma questão de protocolo. E ainda há aquelas que se casam porque seus pais os prometeram um ao outro ainda quando crianças, por conta de sua cultura. Há aquelas que se casam porque confundem amor com paixão, atração ou afinidade. E até estes se casam pensando que há de dar certo.

Há os que se casam plenamente convictos do de seus sentimentos e de tal ato, na certeza de que fizeram a coisa certa, de que escolheram a pessoa certa, que vai ser pra sempre, e seria muito bom se fosse assim sempre. Mas a gente costuma esquecer que nem sempre dá certo, pois se viver por si só já é algo arriscado, imagine ir morar na mesma casa com uma pessoa recentemente chegada à nossa vida, mesmo que esse recentemente sejam 10 anos, afinal ninguém conhece o outro por inteiro nem que se passem 50 anos... é como dar um tiro no escuro, apertar o gatilho numa roleta russa, jogar todas as fichas que se tem. É uma aposta na felicidade de uma vida inteira junto àquela pessoa que, diga-se de passagem, a gente mal conhece.

A gente também esquece que às vezes a gente erra na escolha, se engana, se equivoca; ou então o outro muda, ou a gente muda, e as circunstâncias também mudam; às vezes nossos atos nos traem, nossos erros causam estragos irreparáveis, e o amor acaba. Às vezes a gente se engana, acha que encontrou um príncipe ou a princesa, mas na verdade ele não passava de um sapo [ou de uma sapa], e às vezes o sapo somos nós mesmos a atormentar a vida do príncipe [ou da princesa]. Noutras vezes o próprio príncipe, num momento de síncope, escolhe inverter a ordem da história e resolve virar sapo...

Dizem por aí que se deve casar achando que vai ser pra sempre. Concordo. Mas não acho que o casamento deva ser um fardo a ser carregado pro resto da vida, até porque a gente erra e tem direito de recomeçar e tentar ser feliz de novo. Casou e não deu certo por motivos que só você sabe e sente? Ponto final e bola pra frente. Ninguém tem o direito de se condenar e condenar o outro à uma vida de infelicidade. Ninguém deve estar preso a alguém se isso for trazer tristeza e dor; ninguém tem obrigação de gostar da gente nem de manter-se preso se não há reciprocidade, senão casamento vira condenação, prisão, tortura, e Deus não nos criou para isso. Mas isso nem todo mundo compreende, sobretudo as pessoas mais carentes e egoístas. É questão de maturidade.

Não concordo com uma frase que diz que "se acabou não era amor, porque amor não acaba!". Pra mim, amor acaba sim! Amor acaba quando deixa de ser cuidado, regado, querido. Acaba quando é deixado de lado, quando torna-se secundário na vida dos envolvidos. Penso que os amores nem sempre são eternos porque estão sob a guarda de gente humana que nem eu e você; porque a gente erra e acerta, cai e levanta, mas sempre deixa resquícios de imperfeição no amor, e o acúmulo desses resquícios faz com que o amor tenda à finitude.


Por isso eu acho que, mais do que se preocupar em viver eternamente com a pessoa que a gente escolheu, devemos estar atentos ao cuidado cotidiano. Da mesma forma que nenhum sentimento nasce da noite pro dia, amor nenhum termina da noite pro dia; o amor vai sendo trucidado no cotidiano, talvez de forma despercebida, sutil e silenciosa. O amor morre quando as cobranças superam a compreensão, quando os problemas superam as pequenas alegrias, quando o orgulho supera o diálogo, quando o ódio supera o perdão. E quando, enfim, conclui-se mesmo que o amor morreu, não resta nada a fazer além de buscar em si os vestígios que ficaram dele e tentar restaurá-lo, primeiro dentro da gente, sob a forma de amor próprio, pra depois a gente seguir a vida...


P.S. (Aos blogueiros de imaginação fértil: não, eu não estou me divorciando...rsrsrs!!!!)


Paz e bem!
Mari

segunda-feira, outubro 06, 2008

Atenção: bata antes de entrar!



"Há pessoas que nos roubam...Há pessoas que nos devolvem...! "
(Pe. Fábio de Melo)


Sou o que alguns chamam de cismada. Outros chamam de chata. E outros, de insuportável mesmo. Mas, na verdade, meu atual comportamento não passa de uma espécie de proteção contra pessoas que, consciente ou inconscientemente, tentam me invadir de alguma forma. Essa invasão sobre a qual me refiro já foi assunto de um post aqui no blog, e por isso, não vou ser redundante. É só um lembrete aos desinformados. Então... às vezes eu só tô querendo ser legal, educada, diplomata... e tipo... o fato de eu estar sendo assim não quer dizer que eu esteja dando liberdade à quem quer que seja pra entrar na minha vida, na minha história ou em nada que se relacione diretamente à minha pessoa. Poupe-se de se enganar. Poupe-se também de ter que ouvir da minha boca que alguma resposta desagradável.


Caso você venha a achar que adquiriu esse direito de entrar da minha vida da forma que você quer entrar, faça o favor de se informar antes se esse direito lhe foi mesmo concedido. Ando muito seletiva, e prometo que vou pensar no seu caso. Mas, se a pupila não bater, sinto muito. Se eu realmente perceber que você não vai me edificar de alguma forma, que não há reciprocidade do quesito respeito e que, por acaso, você se constitua uma ameaça para meu bem estar psicológico e emocional, não vou aceitar você no meu rol de amigos. Afinidade numa relação pra mim é quase tudo. O resto vem com o tempo.


Por fim, não confunda educação com permissividade; intimidade é coisa sagrada. Deve ser conquistada. Procure me conhecer primeiro. De repente eu nem sou que você acha que eu sou... Outra coisa: tenho certeza que você vai ter certeza quando eu realmente estiver lhe dando espaço para que você entre. Mesmo assim, bata antes de entrar; eu posso lhe confundir com um ladrão...


Paz e bem!
Mari

quinta-feira, outubro 02, 2008

Questão de interpretação


Palavras são flechas que nem sempre têm alvo certo. Dependendo da nossa posição e condição, elas podem atingir locais não autorizados, ou soar de forma completamente diferente da intenção daquele que lançou-a por aí. Cuidado com o peso ou com a leveza que as palavras tomam quando nos alcançam. As marcas que elas podem deixar vão de um simples arranhão à um rasgo bem profundo.

Comecei falando nisso porque ontem à noite estava assistindo à TV Canção Nova, quando me deparei com um programa apresentado por Salete, e por falta do que fazer, me pus a assisti-lo. Estava mesmo precisando orar um pouco, e aceitei o convite dela. Ela iniciou a oração lendo o seguinte trecho do evangelho:


"Enquanto estavam andando, alguém disse a Jesus no caminho: "eu te seguirei para onde quer que vás". Jesus lhe disse: "As raposas têm tocas e os pássaros do céu, ninhos; o Filho do Homem, porém, não tem onde recostar a cabeça." A um outro Ele disse: "Segue-me"! Este respondeu: "Permite-me ir primeiro enterrar o meu pai." Mas Jesus lhe disse: "Deixe os mortos enterrarem seus mortos, mas tu, vai anunciar o Reino de Deus." Um outro ainda lhe disse: "Eu vou te seguir, mas primeiro premite-me despedir-me dos da minha casa. Jesus lhe disse: "Quem quer que ponha a mão no arado e olhe para trás não é feito para o Reino de Deus." (Lc 9, 57-62)


Depois de ler o texto ela começou uma oração que era direcionada para o ponto de que Deus tem que ser nossa prioridade de vida, o primeiro, sempre, independente de qualquer coisa. E eu concordo plenamente com ela. Mas aí, depois, ela começou a falar sobre a necessidade de renunciar nossos sonhos e planos para poder seguir Jesus. E a partir daí eu já não concordo mais. Como assim renunciar aos nossos sonhos e planos? Ela até ressaltou que quando Jesus falava tudo aquilo, principalmente sobre o homem que quis voltar pra se despedir da família, Ele não estava dizendo que não era para a gente não dar importância à família, mas colocar Jesus acima de tudo. E citou seu próprio exemplo: sua mãe se encontrava gravemente doente (sim, ela usou o termo 'gravemente'), mas ela não estava com a mãe e sim na "missão". Mas, vamos ser lógicos: se Jesus está presente em todos nós, sobretudo nos mais necessitados (enfermos, mendigos e tal), estar com alguém nesse estado também não seria uma forma de serviço ao Reino de Deus?

Durante muito tempo eu pensei e agi dessa forma. Deixei de estar "n" vezes com minha família e amigos por conta da "missão". Na maioria das vezes, colhi distância. Hoje eu penso diferente. Primeiro que o termo "missão" é muito relativo; nem sempre estar em missão é deixar tudo e sair pelo mundo falando de Jesus. Afinal, nem todos têm vocação para renunciar totalmente a vida para seguir Jesus; fosse assim, o mundo andaria meio bagunçado. Não existiriam escolas, nem hospitais, nem comércio... A missão da qual Jesus fala tem muitas dimensões. E eu acho que cuidar dos doentes não deixaria de ser uma. Levar Jesus ao nosso ambiente de trabalho, de estudo ou de diversão também pode ser considerada uma missão.

Ser mãe, pai, filho, padre, é missão! Pesquisar curas e soluções para o bem na humanidade é uma missão. Ensinar, educar é uma missão. Cuidar de alguém é uma missão. Ajudar os mais necessitados é uma missão. Orar por alguém, mesmo que dentro no meu quarto, é uma missão. Amar é uma missão! Acho que nosso maior desafio em ser missionário está em ser de Deus antes de tudo, porque a partir daí, tudo que se faz com o intuito de que as pessoas conheçam a Jesus e sua boa-nova é missão.

Quanto à renúncia dos sonhos... complicada essa expressão né? Presume-se que um meio de comunicação como a Canção Nova alcance milhões de lares e bilhões de pessoas, algumas bem resolvidas e esclarecidas outras não. Seria mais claro se ela dissesse que nossos sonhos devem ser colocados para o Senhor no intuito de que Ele possa guiá-los e que, se for de Sua vontade, eles venham a acontecer. Evitaria equívocos de compreensão e interpretação... E a gente não sairia por aí largando namorado, noivo, emprego, faculdade e tantas coisas sem ter certeza... Não estou julgando ninguém. Eu um dia quis fazer caminho pra uma comunidade de vida, pois achava que essa seria a melhor forma de seguir a Deus. Ainda bem que percebi a tempo que não era a minha vocação. Admiro quem tem coragem de arriscar, mesmo que um dia perceba que não era bem aquilo; recomeçar é atitude dos vitoriosos!

Volto a dizer. Palavras são flechas que nem sempre têm alvo certo. Podem alcançar alvos errados e causar bastante estrago. Estragos estes que nem sempre são fáceis de serem consertados. Por isso o silêncio ainda é uma arma tão poderosa e curadora. A Bíblia é perigosa a partir do momento que eu a interpreto da forma que eu quero. Por isso é preciso sempre examiná-la e interpretá-la à luz do Espírito Santo.

Desculpem-me se polemizei. Talvez tenha sido realmente essa a intenção. Termino com um trecho perfeito de um dos escritos do Pe. Fábio de Melo, desejando que o cerne da mensagem de Salette permaneça em nossos corações: Que Jesus seja sempre nosso referencial maior. Que Ele seja sempre a nossa prioridade. Mas, também, que tenhamos sensibilidade suficiente para perceber as outras formas de segui-lo e estar fazendo com que Ele seja nosso bem maior sem ter que parar a vida.


"Que cada um cuide do que diz. A razão é simples: o Reino de Deus pode começar ou terminar, na palavra que escolhemos dizer."


Paz e bem!
Mary