Meu primeiro sutiã era lindo! Não tinha bojo, mas eu tinha peito suficiente pra caber dentro dele sem problemas. Não tinha, claro, porque isso é coisa contemporânea. Hoje, todos os meus sutiãs têm, e eu tenho menos peito pra caber neles; mas, muito, muito mais peito pra enfrentar a vida.
O primeiro beijo foi confuso, inesperado, mas gostoso - como o dono do beijo. E eu quis repetir várias vezes. Todos tão bons quanto o primeiro. Mas o último do primeiro, foi o melhor de todos os primeiros. E eu prefiro não detalhar mais.
O primeiro looping não só vira sua cabeça, mas você inteirinha. Entontece, mas também faz a gente voltar a alguns pontos da nossa vida com a lucidez e a maturidade que a gente dava tudo pra ter tido lá atrás. São 360 graus literais. Um giro completo de um compasso. Uma volta inteira em torno de si. Mexe com todas as suas sinapses, com o que passou, com o que ainda pode ser, e com todo o controle interior que você achava que possuía. Desperta suas necessidades, te destoa da realidade e te faz prescindir de muita coisa que você julgou essencial por uma vida toda mas que, na verdade, só foi durante o tempo que você acreditou que era.
E a primeira queda livre... bem, ainda estou nela. Por enquanto, posso dizer que é uma delícia. A sensação de perigo é constante, mas se minimiza e quase some diante da sensação de liberdade que o vento, sustentando meu corpo, me proporciona. Nessa viagem somos só nós dois: o vento e eu. Ele me balança, mas não me causa náuseas. Quando chegar lá em baixo - se é que lá em baixo existe - juro que volto aqui pra contar.