terça-feira, novembro 27, 2007

Dias de tédio, chuva, nostalgia e coisas afins...


Ando intolerante nesses últimos dias. Pensei que fosse TPM, mas não é. É uma espécie de irritabilidade quase que constante. Ou seja, vivo de saco cheio sempre. Tédio, monotonia, fastio, inapetência, todos esses vocábulos tem sido constantes dentro de mim. Não consigo terminar nada que começo, nem mesmo uma das coisas que mais gosto de fazer na vida que é comprar. Imagine que hoje eu surtei dentro da loja e larguei a moça lá com milhões de roupas no balcão. "Você não vai experimentar"? Eu disse: "não... cansei... outro dia eu volto". Assim. Do nada. Acho que a moça deve ter me xingado toda. Nada tem me prendido atenção suficientemente.

Acho que estou stressada. Não suporto mais internet. The Sims idem. TV nem se fala, já perdi a paciência com ela faz anos. Filas e outras situações de espera só faltam me causar sintomas físicos. Não ando com muita paciência para ouvir ninguém, sobretudo se a prosa for ruim. Filei um mês de terapia. Adiei a última sessão do meu tratamento de canal três vezes. Sair de casa, seja pra trabalhar, pra ir à igreja ou outro lugar, tem sido um martírio. Eu até arrisco sair com a galera sábado à noite, mas em pouco tempo bate um desânimo sem fim, e a única coisa que eu quero é dormir. Aliás, dormir tem sido a única coisa que eu não tenho tido preguiça de fazer.

Ao mesmo tempo, me sinto muito culpada por ter tanta coisa e não ser grata à Deus, pelo menos com meus sentimentos, que parecem que são eternamente de insatisfação. Talvez eu tenha me perdido na rotina da minha vida, na ausência de metas, de sonhos. Afinal, já fiz 18 anos (faz tempo), passei no vestibular, já me formei, casei, comprei uma casa, um carro, um computador... Aos 25 anos, me sinto uma velhinha de 75, que morre de medo de chegar aos 30 e por mais que deseje ter um filho, morre de medo de tê-lo. Uma mulher, que por mais que ache que sua vida está completa, sente que apresenta partes inacabadas, labirintos desconhecidos, locais inabitados, mas que não consegue nem identificá-los nem preenchê-los. Não sabe como nem por onde começar o processo de reforma. Será que eu preciso de férias?

Sinto uma saudade sem limite, algo bem nostálgico, daquilo que vivi na época da adolescência. Não das curtições (até porque quem bem me conhece sabe que fui uma anta bípede o tempo todo). Sinto saudade da galera, dos amigos, dos lugares, da falta de responsabilidade, da beleza que eu enxergava nas coisas mínimas, na riqueza que significava 2 reais na carteira, enfim, da singeleza e sutileza com as quais eu levava a vida. Eu sabia ser feliz com o pouco que tinha. Não que hoje eu não tenha meus momentos de felicidade, eu os tenho sim, e não são poucos. Acho que preciso reaprender a arte de valorizar as pequenas coisas hoje, mesmo que aos meus olhos físicos elas não sejam tão valiosas. Acho que é momento de exercitar a visão utilizando os óculos da alma.

Pode até ser que esse cansaço, se é que eu posso chamar esse meu estado disso, seja uma consequência da minha profissão e de mais um ano que se finda. Um ano de problemas mil, diga-se de passagem. Quero aproveitar o fim de ano para poder fazer um check-up interior e tentar colocar as coisas no lugar. Quando o mundo interior da gente não vai bem, nada ao redor consegue se ajeitar também. Vamos ver se daqui para o dia 31 de dezembro consigo alguma coisa. Talvez essa seja mais uma das facetas da dinâmica da vida. Espero sair ilesa dela.


Paz e bem,
Marianne

domingo, novembro 18, 2007

O tempo passa...




A vida são deveres
que nós trouxemos pra fazer em casa.
Quando se vê já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, passaram-se 50 anos!



Agora, é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado, um dia,
outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente
e iria jogando, pelo caminho,
a casca dourada e inútil das horas...



Dessa forma eu digo,
não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo,
a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais...



(Mário Quintana)

quinta-feira, novembro 15, 2007

Contando os dias

Sim, o fim do ano está chegando, e eu, contando os dias para as férias. Férias, vírgula, né? Porque quando eu estiver de férias do colégio, ainda estarei dando aula na universidade e quando, enfim, chegarem as férias da universidade, estarei voltando às aulas no colégio. Ando cansada, desgastada, quase concluindo que essa vida de professora é a mais desgastante da humanidade, sobretudo porque eu sempre trabalho mais em casa do que no colégio ou na universidade.

Mas, mudando de assunto, e voltando ao mesmo, eu ultimamente ando muito contando os dias. No início da semana conto os dias para chegar a sexta. No início do mês conto os dias para vê-lo chegar ao fim. Conto os dias para chegar logo o dia da minha terapia, conto os dias para poder planejar as aulas, conto os dias para chegar o São João, o Natal, o próximo feriado e até a próxima lua cheia. Ando contando os dias para o fim dos meus invernos, desejo que o sol chegue logo e se sobreponha à escuridão. Já nem tenho mais de onde tirar adaptações para sobrevivê-lo. Resumindo, acho que tenho andado muito ansiosa, embora esteja fazendo um esforço imenso para viver um dia de cada vez. Acho que estou perdendo muito tempo contando os dias, enquanto poderia estar vivendo-os. = /

om carinho, Mary.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Ainda é inverno...

O que eu faço com esse inverno intermitente? Inverno de dias ensolarados, mas de noites escuras e frias? Tenho vivido pseudo-verões e pseudo-primaveras. Lá fora, o sol e as flores por acaso aparecem, alguns pássaros se põem a cantar, as borboletas a voar... e eu fico com a impressão de que o inverno acabou. Mas, não. O inverno ainda não passou. Quando eu fecho a porta e olho pela janela, eu vejo neve, eu sinto frio, vejo nuvens, e céu nublado. Chove muito. E me assola a certeza de que ainda é inverno.
Com carinho, Mary.

"De cada dia arrancar das coisas, com as unhas, uma modesta alegria; em cada noite descobrir um motivo razoável para acordar amanhã."
(Caio Fernando de Abreu)