domingo, abril 24, 2011

Que eu não vivo sem você.


Um dia me perguntaram se eu me imaginava sem você. Antes mesmo da pessoa terminar a pergunta eu já balançava a cabeça negativamente e, por pura educação, esperei que ela terminasse a frase com um grande ponto de interrogação pra poder responder em seguida, sem pestanejar (e sem imaginar): não! E é verdade. A parte do não imaginar que é mentira. Perdi as contas das tantas vezes que eu me imaginava sem você, e me via também sem mim. Isso doía tanto que eu sempre resolvia parar de imaginar e abraçar você na esperança de que você nunca me falte. E num curto discurso desejava, de todo coração, que eu faltasse primeiro. Talvez por egoísmo, não sei exatamente. Talvez por odiar fechar ciclos. Talvez por medo de confirmar a hipótese de que eu não vivo sem você.

(Post escrito ao final de um domingo que eu passei lendo esse blog liiiiindo aqui: Diário dos Três Mosqueteiros. Lindo, mas também por demais triste. Vale muito a pena clicar!)

sexta-feira, abril 08, 2011

O massacre de Realengo-RJ: um outro enfoque.


Após o massacre de alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reforçou nesta quinta-feira a idéia de uma nova campanha pelo desarmamento no Brasil.



Bravo, senhor ministro. Pena que tenhamos que esperar tragédias desse nível acontecerem para darmos atenção a temas tão delicados quanto os relacionados à segurança pública e ao desarmamento, não é mesmo? Apesar de concordar piamente com o senhor, penso que a "culpa" deste massacre, em especial, não começa na venda livre de armas, na portaria ou na direção da escola, embora hajam falhas em ambos os sistemas. O desequilíbrio parte da ignorância da população brasileira (em geral - e isso inclui a comunidade médica) que trata as pessoas que possuem transtornos mentais (sejam psicóticos ou neuróticos) como "frescos" ou "malucos". Se a família ou os professores desse indivíduo [claramente doente] tivessem atentado para sua condição "fora do padrão", procurando ajuda psiquiátrica e/ou psicológica, talvez este massacre fosse evitado pois, se esse rapaz era mesmo um esquizofrênico, haveria de ser medicado a fim de evitar possíveis surtos que, na maioria das vezes, culminam com o surgimento de riscos potenciais à segurança da população. Por fim, concordo que mais nenhuma discussão trará as vítimas de volta. Se ele era psicótico ou não, nada mais importa, porque a dor que fica é latente e irreversível. Mas, além de propor discussões acerca do desarmamento e da segurança pública (importantíssimas), proponho que nós, enquanto familiares e professores não fechemos os olhos para a questão da saúde mental, e que sejamos mais atentos e sensíveis a determinados tipos de comportamento que possam indicar a presença de possíveis transtornos em nossos filhos e alunos, deixando de lado o preconceito, a fim de que possamos construir não só uma sociedade saudável, mas que os próprios portadores de transtornos mentais recebam tratamento adequado e digno. O desequilibrado Wellington foi mais uma vítima da sociedade e, sobretudo, da genética.

quarta-feira, abril 06, 2011

Cansada.


"Confesso, ando muito cansado, sabe? Mas um cansaço diferente. Um cansaço de não querer mais reclamar, de não querer pedir, de não fazer nada, de deixar as coisas acontecerem."

{Caio F.}

Eu consegui decidir não mais me estressar com algumas coisas. E não só consegui decidir: estou conseguindo não me estressar com essas coisas. Primeiro porque o fato de eu arrancar os meus lindos cachos da cabeça não vai adiantar nada; quem vai ficar careca sou eu. Segundo que eu descobri (espero que não tardiamente) que eu não posso mudar a velocidade de rotação do mundo e das pessoas; quem quiser correr muito pode até se cansar, mas eu não vou mais correr atrás pra poder avisar isso; lá no fundo todo mundo sabe disso e finge não saber, mas aí já não é mais problema meu. Quem, ao contrário, quiser se arrastar lentamente pela vida vai também ter que conviver com os atrasos e consequências deles. Paciência. Eu tenho ainda uma boa parte da minha vida pra viver.