domingo, março 23, 2008

“Ele não está aqui; ressuscitou, como havia dito!” (Mt 28,6).

Essa é a razão da nossa fé. A CERTEZA DO VAZIO QUE O SEPULCRO DEIXOU. Ontem, durante a missa da Vigília Pascal, enquanto as leituras iam sendo proclamadas e, principalmente durante a homilia de Pe. Marcos, eu ia reconstituindo aquilo que os discípulos e apóstolos de Jesus tiveram a honra de vivenciar: estar com ele durante sua via sacra. A última ceia, a angústia suprema, a sua prisão... sua tortura, sua dor, sua morte, seu sepultamento e a expectativa da ressurreição.
A ressurreição do Mestre renova a nossa esperança. A vitória sobre a morte, o pior dos inimigos, e a remissão dos nossos pecados nos dão força para prosseguir. Jesus ressuscitou porque no túmulo não pôde caber tamanho amor. O amor foi tao forte e tão imenso que rompeu os limites da morte e da pedra, que rolou logo em seguida.
Sinto muita alegria hoje, sinto-me renovada e cheia de ardor missionário! Termino este pequeno post com um trecho belíssimo de um dos posts do Pe. Fábio de Melo, disponível do blog dele.
Paz e bem!!
"As sombras da sexta são passageiras. O sofrimento não é o objetivo último do mistério da Encarnação. Jesus morreu na cruz porque não poderia voltar atrás, dizer que não curou, dizer que não amou as prostitutas, que lhes perdoou os pecados...Aqueles que condenaram Jesus foram legalistas, não conseguiram interpretar as leis... Fizeram o que a lei mandava. Quando penso no sacrifício da sexta eu só o posso entender a partir das alegrias do domingo.Não há significado no sofrimento senão na relação com a redenção que ele nos traz. Sofrimento por ele mesmo não serve pra nada, é masoquismo. Sofrimento na perspectiva da superação dos limites é sabedoria. (...) Desejo que o sacrifício de Jesus lhe revele mais que um dolorismo sem sentido. Boa páscoa pra você! E que o calvário seja enxergado sempre à luz do sepulcro vazio. Ele fica mais bonito, menos tenebroso... " (Pe. Fábio de Melo)


quinta-feira, março 20, 2008

A última ceia


A última ceia de Jesus é um momento especial na história da salvação. Aquele era o último dia de sua vida, e Ele o sabia. Diante do fim, os sentimentos são mais facilmente purificados. Deixamos de perder tempo com os supérfluos e nos aproximamos de maneira interessante de nossos mais profundos significados.


A última ceia nos revela os significados de Jesus...Lá estavam os seus amigos, mas estava também o seu traidor. Nesse momento não prevalece a lógica do merecimento. Ninguém estava ali porque merecia, nem tampouco deixaria de estar por não merecer a beleza daquela hora. Aqueles que estavam, só estavam porque significavam algo para Jesus. O traidor, o melhor amigo, todos figuravam o mesmo espaço e a mesma predileção. Desconcertante não é? Também acho. Mas este é o coração de Deus! Ele nos ama, não por aquilo que fizemos de bom, nem tampouco nos deixa de amar por aquilo que fizemos de errado. Deus nos ama pelo simples fato de termos um significado pra Ele. Somos seus filhos, e pronto.


Queria muito que esse amor nos ensinasse alguma coisa, afinal, cristianismo é antes de qualquer regra, uma configuração da nossa personalidade à personalidade de Jesus. Ele nos empresta um jeito de ser.Gostaria de amar os outros só por aquilo que eles significam. Assim, eu esqueceria com mais facilidade os erros que cometem, e consequentemente eu ficaria mais semelhante a Jesus.


Só sabemos amar quando sabemos esquecer. Esquecer que o outro, antes de ser o traidor, é meu amigo, meu discípulo.Esquecer que o homem, antes de ser o insensato, é meu pai, o homem que me trouxe ao mundo.Esquecer que a mulher, antes de ser a insuportável, é minha mãe, o meu primeiro espaço geográfico na vida.Esquecer os erros é uma forma desconcertante de seguir a Jesus. É um jeito interessante de descobrir o significado que a névoa da mágoa pode encobrir.


Faça de conta que hoje é o último dia de sua vida. A sua última ceia já está posta. Quem são os seus doze convidados?


Pe. Fábio de Melo

segunda-feira, março 17, 2008

Farmacêutica, em breve!



Passei aqui apenas para compartilhar com vocês a imensa felicidade que toma meu ser. Enfim, se Deus permitir, realizarei meu sonho de ser farmacêutica dentro em breve! Beijos a todos! Paz e bem!

quarta-feira, março 12, 2008

No limite, parte II...


“Ando angustiada demais, meu amigo, palavrinha antiga essa, angústia, duas décadas de convívio cotidiano, mas ando, ando, tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas história de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara.”


Caio Fernando Abreu

sexta-feira, março 07, 2008

No limite, parte I...

"Chorei três horas, depois dormi dois dias. Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê. E não sentir dor nem medo porque atingiram seu limite. E não ter nada além deste amplo vazio que poderei preencher como quiser ou deixá-lo assim, sozinho em si mesmo, completo, total. Até a próxima morte, que qualquer nascimento pressagia.

Claro, o dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato. Mas e o dia de hoje? Só quero ir indo junto com as coisas, ir sendo junto com elas, ao mesmo tempo, até um lugar que não sei onde fica, e que você até pode chamar de morte, mas eu chamo apenas de porto. (...) Não sabia que o mundo era assim duro, assim sujo. Agora sei. Tenho apenas essa consciência, que só a loucura ou uma lavagem cerebral poderiam turvar. Sobrevivo todos os dias à morte de mim mesmo. Sinto como uma virilidade correndo no sangue. A vida é mesmo doida. Talvez eu já não esteja completamente aqui. Nem lá, seja onde for. Antes de viajar, fico pairando. Talvez a alma parta antes, e não saiba direito para onde ir sem o corpo. Na morte deve ser parecido."




Caio Fernando Abreu