sábado, maio 15, 2010

Anjo.

Ela apenas acreditava em anjos quando ele apareceu na sua vida e aí então ela deixou de acreditar em anjos e passou a ter certeza que eles existiam. Um dia ele resolveu desaparecer. E ela ficou ali, sozinha, mas continuou acreditando em anjos. Lá no fundo, ela achou bonita essa grácil capacidade de sair do palco, fechar a cortina e continuar, de alguma forma, sem se fragmentar, sem se esvair por completo, já que a tendência da ausência é o esquecimento. Ele vôou, mas deixou essência, doçura, e até certo ponto, sensatez. Lembrou-se do anjo Seth, do filme Cidade dos Anjos, e desejou que ele fosse tão intrépido quanto o mesmo. Que se jogasse do prédio, que quebrasse a cara lá embaixo se fosse o caso, que jogasse as asas fora... mas que experimentasse a delícia de ser e de sentir-se humano. Demais.

2 comentários:

Lari disse...

" Que se jogasse do prédio, que quebrasse a cara lá embaixo se fosse o caso, que jogasse as asas fora... mas que experimentasse a delícia de ser e de sentir-se humano. Demais."

Eu Conheço alguns anjos assim...

lindos textos!

*Lu* disse...

Emocionante, amiga!