sexta-feira, março 23, 2012

A última madrugada sem você.


E, de repente, às três da manhã, eu me peguei gritando com o vazio que você deixou na minha cama, pedindo, insistentemente, pra ele dar o fora. Ele não quis sair. Ou teria sido você que não quis voltar? Rouca, tento adormecer. De vontade de você e de cansaço - necessariamente nessa ordem. Lembrei-me da última vez que adormecemos juntos, cansados, depois de eu ter matado a minha vontade em você, e de vê-lo saciado por tê-la matado em mim. Envolta em teus braços, colada em teu suor, um sorriso bobo estampado na cara, tua respiração na minha nuca, teu cheiro no meu travesseiro e os dedos da mão cruzados, implorando à noite que não se convertesse em dia, aos ponteiros do relógio que retrocedessem e ao tempo que parasse pra que a minha alma pudesse saborear  a tua por mais alguns instantes, antes que a aurora anunciasse a hora de você partir.  Foi de repente, tão de repente quanto você destampou na minha vida, que eu me vi vivendo a ignorância de viver sem você, e que eu consegui enxergar de perto a probabilidade de sonhar de novo todos os sonhos que tanto sofrimento obrigou a adormecer. Já são cinco da manhã. O sol aponta no horizonte e eu ainda te sinto, embora, agora, seja o tal vazio que esteja gritando bem do lado meu. Sorte minha ter um fone de ouvido que comprei na última grande liquidação das Lojas Americanas, e que vive jogado no chão frio do lado direito da minha cama. Delícia ter teu cheiro impregnado em mim. Azar - puro azar - de quem nos perdeu. Feliz, por meu sorriso ter a companhia do seu...

~Mari Teixeira ~

3 comentários:

joão disse...

Que bom que entrou no clima...
E no final teve até rima...

Lari disse...

Volteiiiiiii... rsrsrs

Tá com saudade né... rsrsrs

Verônica Barbosa disse...

menina, que coisa boa é a paixão que nasce na gente né? maravilha de ler este texto!!!