segunda-feira, setembro 14, 2009

Sobre essa coisa que eu não sei o que é.


Parece uma espécie de vácuo, que vem sugando tudo quanto é tipo de sensação boa que surge na gente, que faz questão de vomitar ferrugem na nossa cara, de varrer da nossa alma os resquícios de felicidade, que invade sem pedir licença e deixa fragmentos de alma escapar pelas frestas da janela da existência. É por isso que a gente se sente vazio, pequeno. A gente vai se perdendo minusculamente, sem nem perceber. Quando se dá conta, já foi um bom pedaço. Essa coisa que eu não sei o que é torna a vida densa, pesada, é pedra no calcanhar, é mordaça de alma que só sabe chorar. A impressão que deixa é a pior possível, porque nos arranca de nós mesmos, e faz a gente acreditar que nada, nunca, vai ter fim. É aí que vem o desespero, que nada mais é do que o medo dessa eternidade absoluta, onde não se espera mais nada, porque não adianta; o que já se eternizou é imutável. Esperar o quê, então? Frustração. O tanto que a gente esperou, [parece que] de nada valeu.

5 comentários:

Carolina Braga disse...

Nooooooooooossaaaaaaaa!

Um dos melhores que já li. Seu e de todos os escritores que admiro.

Parabéns, Mari!

E brigada por 'me dizer' quando já nem mesmo eu sei fazê-lo.

Muitos beijos!!

*Lu* disse...

Maravilhoso, amiga!

Geórgia Cavalcante Carvalho disse...

Aprendemos sempre, até com as nossas frustrações.

Igor Mascarenhas disse...

Isso ocorre sempre...E gostei do modo que vc levou o texto porque dos nossos erros, só nos resta frustralção mesmo... e então o tempo leva...passa, e queremos entender...não temos resposta e nos frustramos novamente...

Gosto de suas palavras porque elas são luz.

Abraços amiga

reflexões e relevâncias disse...

E isso tem sido constante né amiga?...as vezes penso que precisamos nos apegar em alguma coisa,nada que vá curar uma frustração,mas que alivie a convivência com a mesma.Enxergar que sempre há uma luz no fim do túnel...

Muito lindo seu texto!...aliás, tanto quanto os outros.

Bjooooo!