domingo, julho 22, 2012

Vazio com vazio.


Dentre as minhas fracassadas e deprimentes tentativas em preencher tua ausência, empurrar você pra fora de mim na esperança de encaixar outro no seu lugar foi uma das mais frustrantes e frívolas experiências, na qual eu me deparei com outras faltas tão imensas quanto: já não bastava faltar você, e faltava química, faltava sentimento, faltava afinidade, faltava sintonia, faltava teu cheiro, faltava teu gosto... faltava tanta coisa!  O diâmetro, então enorme, daquele buraco em minha alma só aumentou... No desespero de me livrar da tua presença-ausente, acabei esquecendo que ninguém é descartável - ainda que você tenha feito com que eu me sentisse como tal - e que é impossível preencher vazio com vazio: tua pouquidade já é grande demais pra eu completá-la com outras. Chega a ser bonito, e até parece eficaz essa coisa de que "um amor se cura com outro", mas na prática a teoria é outra: não passa de mais um clichê barato, alienante e revoltante, simplesmente porque o amor não é exato e não perpassa por ele gota alguma de lógica. Nele não se leem regras. Dele fogem todos os padrões. Ele é imune a receitinhas de liquidificador e a vazios anabolizados. É ele que naturalmente ultraexiste nesse coração vacuolizado, pelo mero fato de você existir, e compete insistentemente e à altura com a infinitude que tua falta teima em tomar toda pra si. Mas se a frieza dela me abraça, a quentura dele me aquece... E você, por mais ausente que seja, não sai de mim.


╰☆╮Mari Teixeira╰☆╮


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