quinta-feira, abril 12, 2012

Cadê você?


Lindo meu, cadê você? Aonde está você agora, além de aqui, dentro de mim? . Que vento foi esse que me obrigou a subir nas pedras? Te procuro em cada ângulo da casa, em cada verso do que te escrevi, em cada resíduo de saliva incrustado no copo e no resto de Coca-cola® que ainda jaz, no chão do meu quarto que, juntamente com os lençóis desarrumados, o protótipo de cortina estampada,  e as roupas inertes no chão, completam o cenário da última vez que nossas almas se fundiram. O ventilador que nunca foi capaz de conter nossa explosão de calor, parado, empoeirado; o colchão, outrora ensopado por nossos fluidos, agora recebe mais um tipo deles: lágrimas que insistem em obedecer a gravidade. O espelho manchado do suor da minha mão esquerda, prova cabal do apoio necessário ao encaixe do meu corpo no seu, e um longa rodando cada vez que olho pra dentro dele: fomos realmente um do outro, sem reservas, numa completude nunca antes vivida por mim – não há dúvidas, e eu sei que você tem certeza disso. Intensidade sem medida. Ter sido feliz durante apenas 30 dias em longos 30 anos; trazer consigo a certeza plena que já valeu toda existência: a vida fez as pazes comigo ao permitir nossa aproximação. Lindo meu, que foi que eu fiz pra te perder assim, qual um raio cruza o horizonte distante? Dos nossos planos é que tenho mais saudade... . Muita saudade... Saudade da felicidade que eu to tentando matar, mas que eu não sei por onde começar. Bom demais estar com você. Em você. Ainda. Eu sei que estou.  


Nenhum comentário: