terça-feira, outubro 27, 2009

Teatro.


Eram ensaios. Era uma grande peça de teatro. As cortinas se abriam e ela entrava toda linda e iluminada. As cortinas se fechavam e aquela lágrima, outrora ofuscada pelo brilho das luzes, rolava face abaixo. Saía de cena cabisbaixa e pensativa, atada por si própria. Mas ainda assim era uma atriz, em quaisquer cirscuntâncias, no palco, na rua, na lua. Um dia resolveu subir ao palco despida da personagem. Resolveu interpretar a si mesma. Sem textos decorados, sem expressões falseadas ou sentimentos fingidos. Sem nada. Sem maquiar seus limites. Sem cenário de fundo; só o branco e preto da sua existência. Sem figurino pré-determinado; só sua nudez reprimida. Deu tudo de si, como sempre. Mas dessa vez, diga-se de passagem, pela primeira vez, se permitiu ser feliz, ao invés de buscar essa permissão em outrém.

5 comentários:

reflexões e relevâncias disse...

Não há nada mais mágico e instigante do que nosso auto-conhecimento,é como olhar-se no espelho e não ver só reflexo de imagem...Sou eu mesma,com virtudes,defeitos,limites,mas sou eu!
Que a platéia que lhe assiste,não influencie em seu roteiro!
Mil bjs,amei o texto!

Gi Novais disse...

massa esse texto...seria até revelador,não fosse os mistérios q um bom escritor insiste em marcar em seus textos.

Lari disse...

é tão bom quando a gente se permite ser feliz sem se incomodar com o que os outros pensam.

Arhetta disse...

amiga...
liindo esse viu
"...permitiu ser feliz"
ameiii....

*Lu* disse...

Muito melhor do que os aplausos da platéia é quando sentimos orgulhos de nos aplaudir, não por um gesto de vaidade, mas por reconhecer a nossa autenticidade. Bjus!