quinta-feira, novembro 04, 2010

O nosso sempre.




Não nos conhecemos desde a tenra infância, nem fomos irmãos de leite. Não temos o mesmo sangue, nem o mesmo DNA, embora digam por aí que nos tornamos uma só carne. Ele apenas me escolheu. Apenas pega na minha mão, segura a minha cabeça e a reclina sobre seu peito e, mesmo com seu silêncio cortante, me faz ter certeza de que eu não estou sozinha. Quando ousa balbuciar algumas poucas palavras, o faz na tentativa de me reerguer, e tanto otimismo guardado dentro daquele coração, por tantas vezes, me faz ter inveja por querer ser um pouquinho assim, como ele. Ele é a haste que me mantém em pé. Nele eu consigo reconhecer todas as nuances do amor e todos os motivos pra eu não desistir de mim. Ele tolera minhas crises existenciais e emocionais, chora comigo com a cara atolada no travesseiro noite adentro, briga e depois pede desculpa, e é justamente isso que eu acho mais bonito: essa capacidade que adquirimos de recomeçar, diariamente, apagando os pormenores impregnados nas peças que a vida tem nos pregado. Por várias vezes percebo que ele não tem noção que ocupa todo o espaço da minha alma, e, portanto, cabe, sem folgas, no meu infinito. Somos um no outro e um do outro, lá fora e cá dentro. Enquanto o nosso sempre existir.

7 comentários:

Ramon Luduvico disse...

Isso é amor....
Lindo!

Lari disse...

"Somos um no outro e um do outro, lá fora e cá dentro. "

Que lindoooo!

*Lu* disse...

Realmente essa uma descrição perfeita do amor:
"Nele eu consigo reconhecer todas as nuances do amor e todos os motivos pra eu não desistir de mim."
Ainda bem que ele existe na sua vida! Deus abençoe vcs para que possam recomeçar sempre. Abração!

EFiciente! disse...

Mari, que texto delicioso de ser lido.
Li, reli, voltei a ler e enquanto comento, percebo, como seu perceber, que tem pessoas que não sabem o quanto ocupam em nossas almas.
Valeu, este texto tá na lista dos top Five... rsrs!

Pati Eça disse...

"briga e depois pede desculpa, e é justamente isso que eu acho mais bonito: essa capacidade que adquirimos de recomeçar, diariamente, apagando os pormenores impregnados nas peças que a vida tem nos pregado."

De fato o recomeçar, esquecer, querer de novo é um capacidade espetacular que poucas pessoas possuem.
Lindo texto como sempre.
Beijos!!!

Verônica Barbosa disse...

lindo...bjs

Gi Novais disse...

Só consegui terminar d ler o texto porque achei lindo d+, pois meu astigmatismo quase não me permite ler ate o final com aquelas letrinhas brancas no fundo preto...rsrs