sábado, outubro 30, 2010

Intimidade.


Andei pensando nessa coisa tão abstrata e ao mesmo tempo tão concreta, bem como na dicotomia que abrange sua significância em alguns tipos de relacionamento. Digo alguns, porque penso que nem toda relação tem potencial suficiente para englobá-la; intimidade é coisa facilmente confundida com libertinagem, e é justamente por isso que eu costumo, em tom de brincadeira, referir-me à ela como uma "inata destruidora de relacionamentos", já que nem todo mundo consegue entender, realmente, seu real sentido. Mas, se não destrói, acrescenta muito mais do que se possa imaginar. Não tenho dúvida que, quando bem interpretada - e bem intencionada - é a coisa mais deliciosa que pode ocorrer entre duas pessoas. É entrar no outro - literalmente ou não - e por ali morar. É conhecê-lo tanto [ou tão bem] quanto a palma da sua própria mão. É fazer-se caber e permanecer na palma do outro, sem o menor pudor, e torcer pra que a recíproca seja verdadeira. É reconhecer o cheiro a quilômetros de distância. É quando a gente pode usar o "meu" sem culpa e com certeza. É deitar na existência do outro. E por aí permanecer por um bom tempo chamado "sempre".

5 comentários:

Lari disse...

Que lindo!

Pati Eça disse...

Muito lindo Mari. Como sempre vc escrendo direto aos nossos corações.
Amo seus textos.
Beijos!!!

Ramon Luduvico disse...

A partir de esperar q a recíproca seja verdadeira, traz medo....Mas quando percebemos a plenitude do todo aceitamos e vivemos....Amo seu texto....E vc tb!

Verônica Barbosa disse...

simplesmente perfeito.

*Lu* disse...

Vou abrir um fã-clube. Se é que já não abriram...rsrs
Lindo demais!