sexta-feira, abril 23, 2010

Não quer dizer nada.


As coisas já estavam se acalmando, e ela já estava começando a se acostumar com o breu que o anoitecer sempre lhe traz, quando um raio de sol transpassou o vidro canelado da janela trazendo consigo uma migalha de esperança que clareou grande parte do quarto, rompendo a escuridão que ali habitava. O sono já havia lhe chegado e se aconchegado ao seu lado; a lua se preparava pra nascer no horizonte sombrio que surgia diante de seus olhos; o frio interior começava a escapar pelas frestas de sua alma, pronto a inundar o ambiente. Mas, de repente, tudo foi inibido por aquela energia luminosa que era mais concreta do que qualquer coisa palpável. Era um crepúsculo em tom de aurora. Que deixa rastros de dúvida por onde passa. Que cega. Confunde. Mas que, lá no fundo, não quer dizer que a noite tornou-se em dia. Na verdade, não quer dizer nada. Absolutamente, nada.

4 comentários:

*Lu* disse...

"Mas que, lá no fundo, não quer dizer que a noite tornou-se em dia..."
:/

Ione Rocha disse...

Lindo amiga!
"crespusculo em tom de aurora" é perfeito"
I need it!

Geórgia Cavalcante Carvalho disse...

o que nos cega e confunde pode querer dizer muito, mas quase nunca entendemos realmente e tudo, parece não ser nada.

Ramon Luduvico disse...

Luz....ela nós pertece...