quarta-feira, abril 21, 2010

Epifanias.


Pensando por aí, numa sequência de insights, ela descobriu que ele, de alguma forma, era seu motor, seu movimento, e ao mesmo tempo, seu combustível celestial. Com ele, ela conseguia ir além, nem que esse além significasse dois centímetros à frente. Ele não era a razão do seu viver; não deu tempo de ser. Mas, ainda assim, a iluminava e a fazia enxergar várias pequenas razões ao seu redor, e ela saía ao longo do dia catando-as, ajuntando-as em seu colo e apertando-as contra o peito, até chegar o entardecer e ela, então, finalmente perceber que essas razões não passavam de detalhes vis lançados ao vento, que viviam para conspirar a sua continuidade. Sorrindo. Cantando. Respirando. Vivendo. Descobriu que, mais do que dele, ela adorava aquela felicidade subliminar que ele, com apenas um "oi", conseguia arrancar de sua alma carente. Descobriu que o que ela queria manter, muito mais que a presença ou a lembrança dele, é aquilo que ele conseguiu despertar nela; mas, infelizmente, há muita volatilidade nesse pacote de sensações e torpores, e eles têm se dissipado gradativamente, em mais uma luta contra o tempo que ela tem perdido [covardemente]. Ela anda recolhendo algumas migalhas espalhadas e plantado-as no quintal de sua alma na esperança - tola esperança - de que um dia elas germinem e difundam dentro de si as sensações de outrora. Mas no fundo ela sabe - ela tem certeza - que não volta mais. Nunca mais.

5 comentários:

Joquebede disse...

"...Descobriu que, mais do que dele, ela adorava aquela felicidade subliminar que ele, com apenas um "oi", conseguia arrancar de sua alma carente."
Falou td!lindo post Mari! adoreii!! bjooo

Lari disse...

" Descobriu que, mais do que dele, ela adorava aquela felicidade subliminar que ele, com apenas um "oi", conseguia arrancar de sua alma carente.[2]Descobriu que o que ela queria manter, muito mais que a presença ou a lembrança dele, é aquilo que ele conseguiu despertar nela;"
Perfeitoooooo!!!
Amei!!!

*Lu* disse...

"Descobriu que o que ela queria manter, muito mais que a presença ou a lembrança dele, é aquilo que ele conseguiu despertar nela..."

Comentar mais o que, né? Perfeito!

Ione Rocha disse...

A dor do que foi ( que no meu caso não foi, nem passou totalmente) é que dói mais!

Pati Eça disse...

que lindo post Mari. Gostei muito