quinta-feira, setembro 20, 2012

Meu panapaná.


Borboletas no estômago são para os fracos. Tenho cinco no ombro esquerdo e cá por dentro um panapaná. Faz algum tempo, elas descobriram o caminho da minha corrente sanguínea e, adentrando minhas veias e artérias, passaram a ter acesso ao meu corpo inteiro. E assim, estremeço a alma de sentir o intenso debater de suas asas em cada célula e nas estreitudes dos meus interstícios, nas entrelinhas das minhas felicidades e  nas paredes dos abismos das minhas dores; sinto-as rompendo a tensão superficial das minhas lágrimas e desgastando as superfícies dos meus pedaços - talvez nunca mais poderei colar os complementares... Sinto-as bater na mesma frequência insana que o meu coração insiste em bater, na mesma amplitude que ele insiste em sentir, mas na velocidade inversa que eu desisti de insistir em você...

~ Mari Teixeira ~

Nenhum comentário: