sexta-feira, dezembro 24, 2010

Um dia comum.

Eu me recordo com uma saudade gorda do tempo em que eu acreditava em Papai Noel, um velho gorducho que morava no Pólo Norte e passava o ano todo se preparando para atender os pedidos de presentes das milhões de crianças do globo. Meu Papai Noel conseguia rodar o mundo em uma noite graças às suas renas mágicas, que 'voavam' carregando o seu trenó numa velocidade supersônica, que nem os adultos poderiam compreender - quanto mais nós, meras criancinhas. Morro de saudade das noites que, ao redor da árvore de Natal (que meu avô montava) trocávamos presentes e sorríamos até a hora em que, apressada, eu me punha à dormir no intuito de esperar aquele que traria o presente que seria aberto na manhã seguinte. Muita saudade, sobretudo, da inocência e da grandiosidade que tudo aquilo - fantasia ou não - significava pra mim. Me recordo, e sinto falta também, da época em que eu acreditava no Natal. Da época em que sua essência perpassava o presépio e habitava no meio de nós de uma forma mais concreta. Da excepcionalidade que esse dia transparecia pra mim. Mas, faz bem alguns Natais, que ele tornou-se tão comum quanto os outros 364 dias do ano, e talvez ele até seja mesmo. Ou dependa mais do sentido que nós atribuimos a ele do que qualquer outra coisa, embora seu real sentido deveria subexistir por si só.

2 comentários:

Pati Eça disse...

Ou dependa mais do sentido que nós atribuimos a ele do que qualquer outra coisa, embora seu real sentido deveria subexistir por si só.
Essa frase explica tudo. Lindo texto.
Beijos

Verônica Barbosa disse...

belo texto...bjs