sábado, julho 03, 2010

Sobre(viver).


Escrevi esse texto em 11 de janeiro de 2008. Reposto aqui, porque ele é mais presente do que qualquer outro que eu tenha escrito ao longo deste 3 anos de blog. É um dos meus preferidos. Ninguém, absolutamente ninguém, tem noção do que revolvia dentro de mim enquanto ele foi escrito, exceto Deus. E ainda hoje, ninguém tem noção do que ainda há, nem de suas proporções.


Não sou a pessoa mais indicada para falar sobre viver. Sou muito jovem ainda, e o pouco que vivi não me trouxe experiência suficiente para tornar-me uma sábia. Mas não posso negar que sobreviver tem sido algo que tenho feito nos últimos tempos. Sobreviver é viver acima da vida. É como se a vida tivesse lá em baixo e a gente passeando por cima dela. De lá de cima, a gente só consegue ver as coisas passarem. Quem sobrevive, na verdade, possui mais méritos do que o comum vivente, pois conseguiu encontrar formas ou razões para continuar existindo mesmo após a tragédia, mesmo remoendo-se de dor, mesmo diante do extraordinário, da dúvida e do adverso, e sendo assim, tende a evoluir, se souber encontrar o caminho certo. Quem sobrevive, fatalmente, também não consegue experimentar por inteiro as maravilhas da vida. Quem sobrevive não interfere na vida. E, geralmente, não o faz porque não pode. Quem sobrevive, na maioria das vezes, está machucado, cheio de dores e cicatrizes. E sobrevive porque realmente não há o que fazer além de sobreviver...

7 comentários:

Lari disse...

Lindo Texto Mary.
Me identifiquei bastante, tbm estou sobrevivendo...
:/

Carolina Braga disse...

"É como se a vida tivesse lá em baixo e a gente passeando por cima dela..."

Caramba!...

Muito forte teu sentimento!! Muito bom o texto!

Beijo.

reflexões e relevâncias disse...

Belo texto para eu começar minhas atualizações em seu blog...(senti muitas saudades).Sobre essa coisa de sobrevivência,acho que quando ja não há mais o q fazer,como lutar,a gente sobrevive.Pena que pra cada vez que isso acontece,mata-se alguma coisa!
Lindo texto!
Bjoooo!

Geórgia Cavalcante Carvalho disse...

um sobrevivente, não é necessariamente um herói. é preciso enxergar tudo com as proporções ideiais e buscar ir além. viver a vida. agarrá-la e não deixar que as dores da guerra a façam viver da janela.

EFiciente! disse...

O meu olhar para um sobrevivente, é um tanto quanto diferente do seu minha amiga.
Acredito que um sobrevivente seja um vencedor, não no sentido empregado por suas palavras. Para mim, Viver e Sobreviver são experiências paralelas e felizes. Por exemplo, vivemos para sermos felizes, mas também sobrevivemos para sermos felizes. É possuidor de méritos tanto um como o outro. A verdade é que todos nós encontramos razões para ambos. Somos de alguma forma uma massa de alienados. E se para mim, viver seja igual a sobreviver, é nessa alienação que quero submeter minha existência.
Sei que pareço otimista, ou distante de algum olhar mais apurado, mas a minha visão de mundo me faz crer nisto.
E, independente de qual forma nos encontramos neste plano, seja: sobrevivente ou vivente, interferimos na vida.
Com nossa vida somos capazes de tudo e, principalmente, de experimentar por inteiro as maravilhas de tudo isso aqui!
Fique com meu xero no coração minha amiga e vamo que vamo.

Unknown disse...

Ótimo texto!Acredito que quando nós somos guiados por nossos sonhos e emoções, idependente das opiniões e conceitos da grande massa, deixamos de ser meros sobreviventes nessa ciranda maluca que é a vida, e passamos a ser personagem principal da nossa própria existência!
Beijo!

TAMII!!! disse...

"Quem sobrevive, na maioria das vezes, está machucado, cheio de dores e cicatrizes."

He uma verdade que por mais que temtamos esconder os machucados sempre aparecem para aqueles mais proximos...

amei amigaa...