domingo, junho 10, 2007

O outono nosso de cada dia...





Certa vez, sabiamente, Pe. Fábio comparou nossa vida a um ano cronólogico, com suas 4 estações. E nos fez perceber que nunca pode ser verão o ano inteiro, e tampouco inverno para sempre... Há muito há se retirar dessa analogia...

Durante o outono há uma preparação silenciosa dos vegetais a fim de suportar o que virá; as folhas ficam amarelas e caem. É uma linda estratégia de sobrevivência e de reconhecimento da sua fragilidade diante do momento que está por vir. Ao perceber a aproximação do tempo frio e da baixa luminosidade, os vegetais iniciam a produção de um hormônio, que deflagra o cair das folhas, a fim de reduzir o metabolismo durante o inverno, para que eles consigam suportar a situação adversa. Eles transferem toda energia armazenada das folhas para o caule, até que a primavera chegue, por isso as folhas caem. Sem folhas para fotossintetizar, o gasto de energia é menor, e assim dá para atravessar o inverno sem problemas. Com a queda das folhas, ela fica com um aspecto de morta. Mas, por dentro, existe uma reserva de energia muito grande, na forma de nutrientes. O metabolismo diminui, mas nunca cessa. Apesar do inverno frio que se aproxima, ela não desiste, ela decide sobreviver, apesar de saber que atravessará invernos todos os anos, uns mais rigorosos que outros... mas permanece em pé. Interessantemente, esse mesmo hormônio, que permite o cair das folhas é responsável pelo amadurecimento dos frutos, na época da frutificação...

Entretanto, apesar do frio, da neve, existe beleza nessa estação... as folhas amareladas e marrons espalhadas pelo chão... e a certeza de que depois do inverno, vem SEMPRE uma primavera, estação cheia de flores e alegria.

É preciso adaptar-se às estações da vida, à mutabilidade dos eventos que se sucedem durante o período de nossa existência. Aos olhos espirituais, cada estação é oportunidade de exercitar as virtudes que tanto anseiamos. Paciência, humildade, sabedoria, discernimento, amor... as provas são necessárias, assim como no esporte e no colégio.
Pe. Fábio diz sempre que é necessário reconciliar os contrários da nossa vida. Reconciliar os contrários é fazer dos nossos invernos, adversidades, problemas, dores, degraus para crescer na fé... durante esses períodos é comum a queda, o desânimo, o desespero, talvez. Mas, diante disso é preciso recomeçar, sempre, mesmo quando não há mais folhas em nossa árvore, mesmo quando elas estão espalhadas pelo chão, ou mesmo quando o vento frio as levou, não se sabe pra onde. É preciso recomeçar, porque existe um jardineiro maior, que nos regar diariamente, e que não se importa com a queda das nossas folhas, ele até a permite, porque sabe o que está fazendo. Ele se importa sim, com o que há para ser feito na próxima primavera...

Que Deus seja nossa força! Paz e bem.. beijos e bençãos!!!
  • Com carinho, Mary.

3 comentários:

ExPeRiÊnCiAs De UmA aLmA disse...

Primeiro comentário...uhuuuuuu...
Amiga, vc já havia me mostrado este texto e com ele eu descobri como posso aproveitar todos os momentos da minha vida, os difíceis e os alegres, e lembrar q TUDO PASSA...o q fica é o q aprendemos ao longo do percurso, os amigos q fazemos, as experiências vivenciadas,as lembranças e a esperança de dias melhores...
Bjão...
Ah, continue postando tudo aquilo q escreves...pq isso é um dom q Deus te deu ;)

Anderson disse...

eu não acredito em primaveras...
boa parte do texto me remeteu às ultimas aulas de ecologia, mas é claro que não é só isso.
gosto muito de analogias que passam pelo meio animal e o nosso (como se fosse uma coisa distante demais).
vc escreve bem viu ;D
bjo!

LUCIANO MEDRADO disse...

Obrigado minha irmã pelas palavras, apenas tento colocar no "papel" o que experimento da vida, meus conceitos, meus pensamentos e resolvi então não por soberba nenhuma, divulgar para que muitas pessoas possam refletir os acontecimentos do real com novos olhares. Sei que esta também será a tua em teu blog, vamos mostrar ao mundo que todos nós podemos ser humanos de verdade cada qual em seu processo de feitura.
Com carinho,
Luciano Medrado.