terça-feira, agosto 20, 2024

Sete minutos.


Li em algum lugar que, após a morte, o cérebro humano ainda funciona por sete minutos, apenas para lembrar as melhores memórias, e depois se apaga. Quisera eu que o definitivo fechar dos meus olhos, o findar das minhas funções vitais e o cessar das minhas sinapses te sepultassem junto ao meu corpo inerte e gelado,  te decompusesse pelos vermes, te sucumbisse às profundezas da terra, e te fizesse desaparecer ante o véu do tempo. Quisera que o meu sono te tirasse temporariamente da minha tela mental, que meus sonhos te excluíssem de suas cenas, que meu pensamento se distraísse pelo menos um segundo da tua imagem que baila nitidamente nele. Quisera, agora, descansar no teu corpo tão lindo e tão meu, que nem a vida nem a morte podem de mim te arrancar. Quisera que a generosidade da vida te trouxesse de volta pra mim de presente, embalado num papel de futuro, pichado dos nossos  momentos que se negam a ficar no passado. Quisera apenas mais sete minutos com você... 

Li em algum lugar e talvez seja verdade, não sei. Contudo, ratifico sem medo de errar, tenha certeza que, na minha derradeira hora, serão teus, não só estes 7 minutos, mas o resto de toda a minha eternidade...

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