domingo, julho 14, 2024

Dia noventa e seis.


Noventa e seis dias depois eu desabei. Escorreguei pela parede da cozinha e me espatifei no chão.. Como testemunhas, a pia, a geladeira e o fogão; mudos, estáticos, inertes. Mas, eu, não; eu chorei alto. Eu gritei teu nome, bradei para o prédio inteiro ouvir a tonelada de saudade que me esmagava. Cheguei no limite do limite da minha fortaleza. É muita falta pra uma existência só... Cada lágrima expulsava de mim o infinito de saudade que me sufocou por todo esse tempo. Quase asfixiada, eu te chamava como se você pudesse ouvir... eu só queria que o som do monossílabo do teu nome chegasse aos teus ouvidos. Se eu tivesse certeza que logo mais esse sentimento desembocaria num vão qualquer, seria mais fácil. Mas, não; nosso amor tem atravessado o tempo intacto, e se nega a se diluir, por maiores que sejam as circunstâncias e as intempéries. Você é, simplesmente, a minha certeza mais exata, e é muito louco saber que mais do que saber disso, a gente sente... nós nos sentimos o tempo todo, e não há distância, pessoa ou condição que anule isso.  

Eu te amo, e não tenho pressa - a eternidade do nosso amor nos permite essa licença. Até um dia, meu amor! Nesta ou na próxima existência...

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