sábado, julho 20, 2024

Aquela nossa música.

Ontem eu chorei ouvindo aquela nossa música. Chorei porque eu nunca quis que fosse assim. Porque eu sonhei, e todos os dias ainda me pego a pensar em tudo que a gente sonhou, e cá pra nós, eu não consigo admitir essa reticência. Queria tanto que meus pressentimentos tivessem passado de grandes blefes...! Olhar pra trás tornou-se insuportável, e eu não aguento perceber que aquela felicidade sem fim agora jaz dentro de nós dois. Eu não consigo suportar a ideia de que minhas certezas se diluíram, de que aquela infalibilidade era ilusória. Chorei porque eu me sinto golpeada por você. Porque você deixou a sua covardia te paralisar. Porque eu me nego a acreditar que a gente foi um equívoco. Releio nossas conversas, reouço os teus aúdios e busco neles alguma coisa que faça eu te expulsar de dentro de mim. Não encontro. Então, culpo o tempo, os astros, os signos e choro outra vez. A verdade é que eu ainda não admito perder você. Tem tanto de você aqui que eu não sou sequer capaz de mensurar, porque beira o infinito. Porque eu te amei muito, amei mesmo, e ainda amo... essa talvez seja minha única certeza, e parece que é por ela que eu vivo. E sigo.

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