sábado, maio 07, 2016

Ser.




Porque tudo que eu faço e sinto é de uma intensidade gritante. Gigante. Alucinante. Não cabe, transborda, explode e é por isso que eu sempre morro. E alguns dizem: tão nova pra morrer! Por que não faz o inverso? Guarda tudo nas gavetinhas do coração, menina, nos interstícios da mente, mas poupe os ouvidos da gente! Ah, se também coubessem, juro-vos! Estaria tudinho guardado por nuances de cores e ordem alfabética. Mas sou mesmo uma patética pois, ao final morro mesmo de qualquer jeito, pois se assim não explodo de fora pra dentro, implodo e derreto todinha, começando pelo centro. Prefiro, então morrer de dentro pra fora, prefiro morrer leve, deixar-vos pedacinhos do meu sentir e do meu saber, e levar comigo apenas quem sou eu, este espírito encarnado que não sabe fazer nada, além de ser.

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