segunda-feira, outubro 01, 2012

Ainda.



E ainda me dói amanhecer! Recobrar  lentamente a consciência, e ser invadida imediatamente  pela tonelada de ausência que paira por sobre a minha vida desde o dia que você decidiu ir embora de mim.  Como me dói a relatividade embutida na sua última fala e o absolutismo incrustado no que eu sinto por você. Eu grito todos os dias pra dentro o quanto eu te preciso antes mesmo de ousar te querer, e enlouqueço a minha balança interior, simplesmente porque ela é incapaz de mensurar o tanto que você foi pra mim - e ainda é. Ainda não sei se dói mais o esmagar dos ossos, o inflar da alma, ou o engasgar das dúvidas... Ainda não sei ser plena sem você. Eu ainda ouço nossas músicas, e canto cada verso enquanto uma ou outra lágrima me escorre o canto externo dos olhos. Ainda conto os dias idos na esperança de acordar na manhã seguinte e poder zerar tudo de novo. Ainda quero olhar mais uma vez bem dentro dos seus olhos sem enxergar neles medo, além de desejo e prazer. Você não sabe como é lancinante a sensação de soletrar esse "ainda" ainda, e como me revolta perceber que essa falta tua não se envergonha por um minuto sequer ao demonstrar tanta incompetência em fazer minguar essa vontade; não é mesmo assim que dizem: "O que os olhos não veem, o coração não sente"? Mas se o coração sente, os olhos conseguem ver, ainda que distante. Seis meses sem saber o que se passa dentro de você, e ainda assim, você não passa...

~ Mari Teixeira ~

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