É porque não é com você. Porque tudo depende de você se colocar no lugar do outro. Mas, bem que esse lance de se colocar no lugar do outro anda meio piegas no mundo, hoje. É aquela velha história que o Pe. Fábio cita direto: tratam-se de olhares rápidos, de análises superficiais... da ausência de sensibilidade, da necessidade da razão própria... da incredulidade daquilo que não se é palpável. É porque não é com você. Porque se fosse, você ia tá que nem eu por aí, errante, talvez, mas atrás de alguma coisa, de alguma esperança, do mínimo de uma gota de compreensão, de ajuda, de um olhar outro que não seja: coitada, ela tá louca. Se fosse você não sairia gritando impaciente e dizendo que é coisa da minha cabeça, até porque você saberia que seu grito só me assusta e piora tudo dentro de mim. Tá, é coisa da minha cabeça sim... mas, e quem disse que a gente manda nela o tempo todo?
É porque não é com você. Porque, graças à Deus, você tem o botão de ligar e desligar ao seu alcance. Mas comigo não. Me tiraram de perto do meu. Ou sei lá se fui eu mesma que me perdi dele, e agora, a única impressão que fica, como diz Caio Fernando Abreu, é que "voltar é quase impossível"...


