Parir minhas ilusões e fantasias, mediante dores alucinantes, talvez tenha sido uma das experiências mais sofridas dessa minha existência, muito mais do que perder na prática os elementos da mesma. Ter que desenrolar os fios dessa trama, desmascarar os personagens desse drama, derrubar, eu mesma, meu castelo de cartas (que eu julgava ser de concreto), e perceber que dentro deles havia um imenso volume de vazio, não foi fácil, mas foi necessário. Durante muito tempo eu derreti e transbordei, eu me torci pra extrair de mim o que não me pertencia, eu me vitimizei e até me vilanizei tentando compreender os porquês, até entender que a moeda da verdade é a única capaz de pagar o preço da paz e da liberdade, e que, por mais cara e dolorosa que seja a conta, ela deve ser quitada. À vista e sem dó.