Um homem, em pé, dois metros distante dela, resolveu se aproximar:
- É sua?
- O quê?
- Essa tristeza que anda.
- Não entendi.
- Sim, é sua... eu a vi saindo de você. E ela anda. Encostou em mim...
Era só o que lhe faltava. Uma tristeza que anda. Que tem pernas. Boca, provavelmente. Braços, com certeza. Nem sempre grita, mas sempre aperta. Acena. Vagueia por aí, mas sempre retorna. Uma tristeza que fala. Fala pelos olhos secos e fixados num ponto qualquer, pela respiração agonizante, pelo coração inquieto, pela pele pálida, pela voz trêmula, pelo sorriso amarelo estampado, dolorido, fingido, invertido... Uma tristeza extensiva, que alcança os outros, por mais que tente ser omitida. Toca, e é gelada. Atropela pessoas, mina sonhos, atravessa vácuos... Incrível. Ridícula. Mas, existente. E o pior de tudo: presente.
P.S. (baseado em fatos reais.)
6 comentários:
sei bem o que é isso, a minha tristeza tbm anda passeiando por ai... espero só que ela não atropele ninguém.
;)
Desculpe a ausência, estou voltando aos poucos a este hábito que é blogar, e com toda certeza não posso deixar de visitar teu espaço.
Conheço essa tristeza que anda, e acredito que ela esteja presente no que o Pe Fabio de Melo disse ontem no show em que fui, no estilo de ser mais ou menos.
Se agente decide andar junto com ela ou deixar que ela ande até outros é questão de decisão, (coisa muito difícil, as vezes aparentemente impossível) mas há sempre uma forma de escolher a vida .
Abraços do seu cúmplice que perde perdão pela ausência e oração por sua volta.
dói porque ela anda... passeia, mas volta.
"Uma tristeza extensiva, que alcança os outros, por mais que tente ser omitida."
Acho que ela tem vontade própria... :(
acho q eu tenho uma dessas...
eu só queria entender esse pragmatismo, se conseguisse, talvez eu desistisse de tentar entender
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