quarta-feira, abril 18, 2018

Não era você.




Heitor,

Não era você. Não é. Não foi. E não pode ser. Simplesmente porque nada daquilo foi amor. Porque por mais que você repetisse devotadamente que me amava, já não dá mais pra se fiar nisso. Porque o amor não pode ser tão leviano e tão filho da puta assim. O amor não pode ser tão egoísta, tão mentiroso, tão cínico, tão sacana. O amor não passa nem perto de se resumir ao sexo que a gente fazia e que talvez você confunda com o tal amor que dizia sentir por mim. O amor marca muito além das marcas que você imprimiu em meu corpo, Heitor. Sim, ele marca muito além das nódoas que você impregnou no meu íntimo a cada palavra, olhar ou ato, e que insistem em não querer sair nunca mais. Não era amor, Heitor. Não foi. E acho que nunca será. Porque o amor não sabe usar e descartar. O amor é incapaz de se despersonificar pra descer a tão baixo nível. 

Não era você. Não era amor. Foi livramento.

Helena

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